O índice de rentabilidade das exportações acumulou perda de 19,6% no ano de 2009. Essa queda é explicada principalmente pela desvalorização do dólar frente ao real, aponta o estudo da Funcex (Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior).
Segundo o consultor para negócios internacionais da B&A, Ivan Boeing, o fato deu-se pela valorização do real frente ao dólar e pela pressão para a venda de produtos brasileiros no exterior durante recessão mundial.
"A moeda brasileira está apreciada frente ao dólar, assim como as demais moedas mundiais, em decorrência da crise financeira. Além disso, a rentabilidade acumulou uma perda significante, pois teve incentivo do governo para que os produtores exportassem. O que está errado pois há uma recessão em curso, o comércio mundial está retraído, assim, os preços dos produtos recuam e não há lucro, o que deve ocorrer ainda em 2010", afirmou Boeing.
Para o consultor, temos ainda este ano que promover a produção exportável, com a modernização de polos industriais e o investimento em inovação para que em 2011 quando a maioria dos países voltarem a consumir, o Brasil tenha competitividade e qualidade nas vendas externas.
Boeing acrescentou ainda que para as empresas dos setores moveleiro, automobilístico e calçadista (que no seu ponto de vista sofreram mais em 2009) terem uma rentabilidade satisfatória com as exportações em 2010 o real deve estar no patamar de R$ 2,10 frente ao dólar.
"Já os setores que exportam commodities minerais e agrícolas e produtos básicos, o real no patamar de R$ 1,95 frente ao dólar dará fôlego para estas indústrias."
O Boletim de comércio exterior aponta ainda que "A demanda externa efetiva apresentou no acumulado dos 12 meses até novembro de 2009 uma redução de 23,9%. No caso do índice das importações mundiais, a queda foi de 25,0% no mesmo período."
Para 2010 a expectativa da Funcex é de forte crescimento da demanda doméstica irá gerar um crescimento das importações de mais de 20%, alcançando US$ 158 bilhões. As exportações devem crescer cerca de 8,5%, com o montante de US$ 166 bilhões, levando a um superávit comercial US$ 8 bilhões.
"O caminho de alta do dólar frente ao real que está sendo apontado atualmente, se provocar uma tendência de alta regular do dólar, com certeza será benéfico para os exportadores, que sempre tiveram um câmbio favorável, o que dava um conforto no fechamento de contratos, pois em sua conclusão o valor recebido seria maior, ai poderemos ver a inversão nos resultados apresentados pela Funcex, com uma exportação superior a importação", disse Boeing.
Logística
A capacidade dos países para movimentar mercadorias de forma eficiente e conectar produtores e consumidores de mercados internacionais está no caminho certo, mas há a necessidade do governo para agilizar o estímulo ao crescimento econômico de forma mais ágil para que as empresas nacionais possam beneficiar-se da recuperação do comércio internacional, segundo um novo estudo do Banco Mundial Grupo de logística de comércio.
Nessa segunda edição da pesquisa, a Alemanha se encontra em primeiro lugar no ranking, e em último lugar, a Somália, enquanto o Brasil, tendo avançado 20 posições em relação à pesquisa anterior de 2007, ocupa o 41º lugar. Embora ainda esteja atrás de vários países emergentes, como China, África do Sul, Malásia e Turquia, o Brasil assumiu a liderança na América Latina, ultrapassando Argentina e Chile.
Ainda em relação ao Brasil, ressalte-se que os principais gargalos domésticos à logística comercial são eficiência alfandegária e embarque internacional, e não, contrariamente ao senso comum, a infraestrutura. Nesses quesitos, o País ocupa, respectivamente, a 82ª e 65ª posições (37ª em infraestrutura). O estudo destaca que o país avançou nas reformas e reduziu o "custo Brasil".
A avaliação doméstica cobriu aspectos qualitativos e quantitativos mais detalhados como custo local, tempo de execução dos processos, entre outros, permitindo identificação de gargalos.
Veículo: DCI