Indicador aponta trajetória crescente neste início de 2023, confirmando a tendência de elevação iniciada em maio de 2021
O Índice Nacional de Confiança (INC), elaborado para a Associação Comercial de São Paulo pelo Instituto PiniOn, registrou 108 pontos neste mês de janeiro, um crescimento de 0,9%, em relação a dezembro. Na comparação com janeiro de 2022, o INC registra um aumento de 22,7%.
A confiança do consumidor segue a tendência crescente iniciada em maio de 2021, avançando no campo otimista (acima de 100 pontos). A sondagem foi realizada com 1.700 famílias em todo o território nacional.
De acordo com a pesquisa, houve aumento da confiança nas Regiões Nordeste, Sudeste e Norte. O Nordeste apresentando estabilidade e as regiões Sudeste e Norte com crescimento no campo otimista. Já no Centro-Oeste, o INC diminuiu, enquanto no Sul, a pesquisa mostrou estabilidade. Na abertura por classes socioeconômicas notou-se elevação generalizada da confiança, com aumento para as classes C e DE e estabilidade nas classes AB.
Itens mais caros estão no foco
Para o economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da ACSP, Ulisses Ruiz de Gamboa, “a percepção negativa das famílias em relação à sua situação financeira atual continua diminuindo em relação ao mês anterior, com estabilidade na segurança com o emprego. As expectativas positivas sobre a situação financeira futura das famílias e as evoluções do País e da região de moradia seguiram exibindo aumentos mais intensos que os observados em dezembro.”
O economista lembra ainda que existe um interesse maior do consumidor por itens mais caros. “A melhora da percepção sobre a situação atual e o otimismo cada vez mais elevado em relação ao futuro, resultaram em um número maior de entrevistados interessados em comprar itens de maior valor, como carro e casa, e bens duráveis como geladeira e fogão, além de maior disposição para investir.”
O resultado do INC de janeiro continua mostrando aumento na confiança do consumidor, baseada fundamentalmente na melhora das expectativas com relação à sua situação financeira futura, e pela percepção cada vez menos negativa da situação presente.
A elevação registrada em janeiro, contudo, foi mais moderada do que nas leituras anteriores, o que poderia ser explicado pela desaceleração da atividade econômica, que redunda em menor geração de emprego e renda. A evolução da confiança do consumidor durante os próximos meses dependerá fundamentalmente da continuidade dessa desaceleração, que, frente a um cenário externo menos positivo, estará fortemente determinada pela trajetória da taxa básica de juros (SELIC).
Redação SuperHiper