Celular, bebidas e alimentos serão reajustados por conta do dólar alto

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Indústria avisa que os custos de produção já subiram e, por isso, vai corrigir as tabelas entre 7% e 12% no próximo mês

O governo comemorou ontem os resultados da megaintervenção anunciada pelo Banco Central, que resultará na injeção de mais US$ 60 bilhões no mercado até o fim do ano. Depois de ter atingido R$ 2,45 na quarta-feira, a maior cotação desde 2008, a moeda norte-americana fechou a semana valendo R$ 2,353, registrando expressiva queda de 3,23%. Mas esforço algum será suficiente para impedir que o novo patamar da taxa de câmbio contamine os preços e prejudique o orçamento das famílias. A depender do segmento empresarial, as tabelas serão reajustadas em até 12%.

Grandes importadores do país não acreditam em recuos maiores do dólar até o fim do ano e já renegociam as encomendas para o Natal. No caso dos alimentos e das bebidas, a arrancada da moeda norte-americana encarecerá os produtos entre 8% e 12% no início de setembro, segundo o presidente da Associação Brasileira dos Exportadores e Importadores de Alimentos e Bebidas (Abba), Adilson Carvalhal Júnior. O nível de importação das empresas, informou ele, caiu 10% desde junho.

Já no setor de eletroeletrônicos, bastante dependente de suprimentos importados, os preços devem subir de 7% a 12% no próximo mês. Computadores e, sobretudo, celulares, que têm quase 90% das peças trazidas de fora, custarão mais. “Não há escapatória. Portanto, quem puder antecipar as compras de Natal, que o faça, porque esses aparelhos estarão bem mais caros no fim do ano”, aconselhou o diretor de pesquisa da Consultoria IT Data, Ivair Rodrigues.

Diante dos sinais emitidos pelas empresas, o Ministério da Fazenda decidiu aumentar a vigilância da economia, para conter abusos. O entendimento do governo é de que, com a ação do Banco Central, que totalizará intervenções de US$ 105 bilhões, pois US$ 45 bilhões já foram despejados no mercado, é de que não há mais motivo para estresse ou especulação. A tendência, disseram integrantes da equipe econômica, é de que a divisa dos Estados Unidos se estabilize em um patamar mais próximo de R$ 2,30. “O importante é que haja previsibilidade. A economia não pode conviver com tantas incertezas, sendo o câmbio um fator importantíssimo para a formação dos preços da economia”, disse um técnico.



Veículo: Diário de Pernambuco


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