Após registrar crescimento médio de 11% ao ano entre 2008 e 2012, o consumo das famílias brasileiras tende a se manter num ritmo menos acelerado até 2018, com crescimento previsto de 7,2% ao ano, de acordo com um estudo da empresa de inteligência de mercado Mintel.
Segundo a consultoria, depois de um período de crescimento nas vendas de bens duráveis, como itens de linha branca, agora a cautela é maior. "Nos últimos anos os incentivos econômicos para o consumo doméstico foram muito fortes, mas em 2013 o consumidor perdeu esses incentivos e a redução no consumo foi muito evidente", comenta a analista de estilo de vida e autora do estudo, Sheila Salina. Ela destaca o alto endividamento das famílias e a menor oferta de crédito como fatores negativos.
Com isso, gastos com transporte e moradia - que foram mais incentivados em anos anteriores - estão na lista dos que menos devem crescer nos próximos cinco anos. "O brasileiro gastou o dinheiro que tinha e o que não tinha com itens para casa como reformas, móveis e eletrodomésticos, além do financiamento da casa", pondera a analista. "Bens duráveis nos próximos anos não vão ter grande compra, a menos que haja novo incentivo econômico, o que não acreditamos que vá acontecer." Já em 2013, 35% de um universo de 1,5 mil pessoas entrevistadas pela Mintel afirmaram que gastaram menos com reformas e móveis do que em períodos anteriores.
Para Sheila, o consumidor brasileiro entra em uma nova fase de consumo, em que as compras por impulso serão evitadas. "Por mais que a loja dê incentivo, será difícil esse consumo acontecer", diz.
Veículo: DCI