CNC projeta geração de 140,8 mil vagas em 2014, pior resultado desde 1998
A desaceleração da atividade econômica tem afetado de forma crescente as expectativas dos empresários do comércio, que preveem menor crescimento das vendas e de contratações de funcionários. Diante do cenário, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) calcula que serão criados 140.873 postos formais de trabalho no setor neste ano – somando atacado e varejo –, o que seria o pior desempenho desde 1998. No início do ano, a previsão era de geração de 351 mil vagas.
Ontem, a entidade informou que a confiança dos empresários do comércio recuou 1% entre junho e julho, atingindo o piso histórico pelo terceiro mês consecutivo. A pesquisa levantou a opunião de seis mil empresas situadas em todas as capitais do Brasil.
Além da decepção com o ritmo da atividade, a inflação do varejo, ainda que tenha perdido força, segue elevada. O encarecimento do crédito e o prazo mais curto para quitar a dívida também inibem o desempenho. Com isso, pioraram as percepções dos empresários sobre a situação atual, o futuro e os investimentos no negócio, em estoques e em mão de obra.
Em julho, mais da metade dos comerciantes declarou ter estoques em níveis adequados, mas 23,7% afirmaram ter produtos demais nas prateleiras, o que pode reduzir a demanda já enfraquecida da indústria. Além disso, a confiança na economia mostrou grande deterioração. Para 70% dos empresários, as condições macroeconômicas pioraram.
No segundo semestre, com mais dias úteis e inflação no varejo menos agressiva (principalmente entre os alimentos), o comércio pode até retomar algum fôlego.
– O setor de supermercados, que é o maior do varejo, deve se recuperar – afirmou Fabio Bentes, economista da CNC.
Mesmo assim, não há expectativa de uma melhora substancial nos próximos meses.
Veículo: Diário Catarinense