Apesar de as vendas dos supermercados mineiros terem caído 4,87% em setembro na comparação com o mês anterior e registrado crescimento modesto de 0,36% no confronto com igual período do ano passado, o resultado observado no acumulado de nove meses deste ano anima o setor. De janeiro a setembro, a comercialização dos supermercados em Minas acumula alta de 1,5% sobre a mesma época do exercício anterior e permite a manutenção do otimismo quanto ao fechamento do ano.
Os números constam do Termômetro de Vendas, pesquisa mensal da Associação Mineira dos Supermercados (Amis). De acordo com a análise, o superintendente da entidade, Adilson Rodrigues, em relação ao recuo de 4,87% na comparação entre setembro e agosto deste exercício é preciso considerar as diferenças entre os períodos. Rodrigues enfatiza que enquanto o oitavo mês do exercício é marcado pelo retorno das férias e o Dia dos Pais, o nono mês não conta com nenhuma data comemorativa e ainda antecede outubro, quando as famílias começam a economizar para viagens e festividades de fim de ano.
"Em agosto as pessoas estão retornando das férias e precisam abastecer a despensa. Já em setembro nem mesmo o clima ajuda, porque não é muito quente, nem muito frio. Além disso, não há nenhuma data comemorativa que incentive os consumidores a irem às compras", explica o superintendente da Amis.
Sobre a comparação mensal, Rodrigues cita os diferentes cenários econômicos entre um exercício e outro. Já quanto ao acumulado do ano até setembro, ele destaca a atuação do setor supermercadista de Minas Gerais, mesmo em meio a algumas dificuldades conjunturais.
"Trata-se de um ano de economia morna, com alguns setores no vermelho, em que a Copa do Mundo que era um fator que tinha tudo para alavancar a economia, no fim das contas, atrapalhou. Ainda tivemos as eleições, que de uma maneira ou outra tira a normalidade das vendas junto aos estabelecimentos. Mesmo com tudo isso, o setor atinge alta de 1,5% em suas vendas sobre o ano passado", analisa.
Estimativa revista - Diante destas circunstâncias, conforme Rodrigues, a expectativa é que os supermercados do Estado atinjam a meta de crescimento para este exercício, estipulada em 2,5%. Diante do cenário econômico adverso, a entidade reviu a estimativa que inicialmente era de 3,5% sobre o ano anterior. "O pior momento já passou. Além disso, começa agora a demanda de fim de ano, melhor época para o varejo e para o setor supermercadista", argumenta o superintendente da Amis. As projeções indicam crescimento médio de 8% no volume de vendas sobre a data comemorativa do ano passado.
Quando consideradas as regiões do Estado, todos os resultados foram negativos na comparação entre setembro e agosto deste ano. O pior índice foi observado no Triângulo Mineiro (-6,08%) e a queda menos intensa ocorreu na Zona da Mata (-3,76%). Na região Central, o recuo foi de 5,28%, no Sul, a retração ficou em 5,06%; Norte/Noroeste, de 4,99%; Vale do Rio Doce, 4,76%; e Centro-Oeste, 4,59%.
Veículo: Diário do Comércio - MG