Para o FMI, novo ritmo da economia global é ‘frágil’

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Estados Unidos devem ser uma das poucas exceções e o país deve continuar a sua trajetória de recuperação ao longo do ano de 2015

 



O crescimento da economia mundial ainda é muito baixo, frágil e desigual, afirmou a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, em um discurso em Nova Iorque nesta quinta-feira, no qual cobrou ações urgentes dos governos para voltar a estimular a expansão, a demanda e empreender reforços estruturais. “Falando com franqueza, mais de seis anos após o início da grande recessão, muitas pessoas ainda não sentem a recuperação”, disse em seu discurso.

Os Estados Unidos devem ser uma das poucas exceções e o país deve continuar sua trajetória de recuperação econômica em 2015, com expansão maior que outras economias desenvolvidas. A queda dos preços do petróleo deve ajudar a expandir o consumo no país, disse a dirigente. Lagarde não falou em projeções de crescimento hoje, pois os números serão divulgados na semana que vem em um novo relatório do FMI com atualização das previsões.

Um dos temas em que mais tocou em seu discurso foi a queda dos preços do petróleo e o impacto na economia mundial. “A queda dos preços do petróleo e a recuperação mais forte nos Estados Unidos deveriam nos tornar mais otimistas sobre as perspectivas para a economia global? A resposta provavelmente é ‘não’”, afirmou a dirigente, destacando que ainda há uma série de fatores pesando para o lado negativo.

Certamente, disse Lagarde, a queda do preço do petróleo terá efeitos positivos para a economia mundial, sobretudo ao aumentar o poder de compra dos consumidores ao baixar o preços dos combustíveis. “O preço do petróleo e crescimento dos Estados Unidos não são uma cura para as fraquezas em outros lugares. Muitos países ainda estão sob o peso dos legados da crise financeira, incluindo dívida elevada e alto desemprego.”

“Os Estados Unidos são a única grande economia capaz de contrariar a tendência deste ano, enquanto outros países estão amarrados, principalmente pelo investimento sem brilho”, disse Lagarde em seu discurso, citando que Japão e a zona do euro não crescem como o esperado, e a expansão dos emergentes se desacelera, puxada pela China.

Lagarde afirmou que ainda há riscos “significativos” para atrapalhar a recuperação da economia mundial. Entre eles, ela citou a falta de sintonia da política monetária entre os principais países desenvolvidos. Nos EUA, os juros devem ser elevados este ano, no primeiro aumento das taxas desde 2006, destacou a dirigente do FMI. Mesmo que o processo seja bem gerenciado e bem comunicado pelo Federal Reserve (Fed, o banco central do país), como já vem acontecendo, frisou ela, podem ocorrer efeitos negativos para os mercados emergentes e a estabilidade do sistema financeiro global.

O dólar forte, juros mais altos nos EUA e maior volatilidade no mercado financeiro podem ter repercussões relevantes na economia mundial, disse Lagarde. “Um dólar mais forte terá um impacto significativo nos sistemas financeiros dos mercados emergentes, porque muitos bancos e empresas aumentaram seu endividamento na moeda americana ao longo dos últimos cinco anos”, destacou a dirigente do FMI.

Outros dois riscos citados por Lagarde foram a preocupação de que a zona do euro e o Japão sigam amarrados em um baixo crescimento e baixa inflação por um período prolongado. A dirigente comentou ainda os crescentes riscos geopolíticos e o aumento da intolerância, em referência ao ataque na França na semana passada na redação da revista “Charlie Hebdo”. “Todos esses riscos apontam para uma coisa: a necessidade de uma poderosa combinação de políticas que podem reforçar a recuperação e oferecer melhores perspectivas de emprego”, declarou.



Veículo: Jornal do Comércio - RS


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