Mercado vê inflação perto de 8% e recessão maior em 2015

Leia em 2min 30s

Se confirmado o IPCA de 7,7%, alta dos preços será a maior desde 2003
Economistas ouvidos pelo Banco Central esperam queda de 0,66% no PIB, o pior resultado em 25 anos

 




Após a divulgação da inflação de fevereiro, na sexta-feira (6), analistas voltaram a elevar suas projeções para a alta dos preços. O mercado já espera que o IPCA (índice oficial) fique em 7,7% em 2015.A estimativa, que é uma mediana das projeções de economistas e instituições financeiras consultados semanalmente pelo Banco Central, foi divulgada nesta segunda (9). Há uma semana, o mesmo grupo esperava IPCA de 7,47% para este ano.

Caso a nova projeção do mercado se confirme, a inflação brasileira de 2015 será a maior desde 2003, quando o índice chegou a 9,3Na sexta-feira, data em que o BC encerra a sua pesquisa com os economistas, o IBGE surpreendeu analistas ao divulgar que a inflação bateu 7,7% nos últimos 12 meses encerrados em fevereiro --o mesmo percentual agora estimado para 2015.

Mas já há instituições esperando uma inflação na faixa de 8%, caso da Rosenberg & Associados e da FGV.A expectativa para a inflação oficial, que sobe há dez semanas consecutivas e se aproxima de 8%, está distante do teto da meta do governo, de 6,5% ao ano, e pressiona o Banco Central, a quem cabe a função de combatê-la.O mercado, no entanto, não alterou a sua previsão para a taxa Selic --a taxa básica de juros, principal instrumento usado pelo BC para conter a alta dos preços. Ela continua em 13% para o final deste ano. Na semana passada, o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) subiu a Selic para 12,75% e indicou que pode haver novas altas.

Fator com influência direta no comportamento dos preços, a taxa de câmbio ao final de 2015 também deve ser maior do que a esperada anteriormente. Agora, o mercado estima que o dólar seja cotado em R$ 2,95 ao final de dezembro. Na semana anterior, a previsão era R$ 2,91.Como o câmbio potencializa reajustes em boa parte dos produtos consumidos diariamente pelos brasileiros --de alimentos a remédios--, a alta do dólar deve continuar pressionando a inflação. Nesta segunda (9), o dólar comercial fechou a R$ 3,13.

PIB MAIS FRACO

A expectativa do mercado para o comportamento da economia também piorou na última semana. Analistas esperam uma queda de 0,66% no PIB de 2015 --o que seria o pior resultado em 25 anos. Em 1990, a economia brasileira teve contração de 4,35%.Assim como ocorreu com a inflação, essa foi a décima revisão consecutiva na projeção de analistas para o PIB. No boletim anterior, a previsão era queda de 0,58%.Também piorou a visão do mercado sobre a produção industrial. Economistas esperam uma retração de 1,38% na atividade do setor em 2015. Na pesquisa anterior, esperava-se uma queda de 0,72% na produção industrial do país.



Veículo: Folha de S. Paulo


Veja também

Ovos de páscoa estão até 83% mais caros, aponta pesquisa

Levantamento foi realizado pelo site Mercado Mineiro em 13 estabelecimentos   Levantamento feito pelo site de pes...

Veja mais
Inflação agropecuária sobe 1,92% e a industrial, 0,35%, diz a FGV

A inflação dos produtos agropecuários acelerou no atacado. Os preços subiram 1,92% na primei...

Veja mais
Gasolina e alimentos pressionaram IPC na 1ª prévia de março, diz FGV

A trégua nos aumentos na conta de luz permitiu que a inflação varejista desacelerasse na primeira p...

Veja mais
Inflação impacta poder de compra das classes C, D e E

Receio é retorno dos recém-emergentes à pobreza, o que seria retrocesso   O maior peso dos a...

Veja mais
Barbosa explica a varejistas proposta de mudanças na desoneração da folha

O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, explicou a lógica da proposta do governo de mudança na desoner...

Veja mais
Importador busca alternativa para driblar o aumento do dólar

Descontrole cambial. Com a moeda norte-americana cotada acima de R$ 3, empresários passam a repensar a forma de a...

Veja mais
Alta dos preços muda a rotina de consumo

Alta da gasolina, da conta de energia, dos impostos e, consequentemente, do transporte. O empresário aperta, recl...

Veja mais
Desempenho do comércio derruba confiança do setor

O humor dos empresários em relação ao desempenho do comércio neste início de ano foi ...

Veja mais
Alta do IPCA torna ajuste fiscal mais importante, diz Fecomércio-RJ

A alta de 1,22% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de fevereiro confirma o "clima adv...

Veja mais