Hipercentro sofre com a redução das vendas e do lucro

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Lojistas esperam melhora tímida com o Dia das Mães

 



O comércio varejista do hipercentro de Belo Horizonte está amargando perdas devido ao desaquecimento da economia brasileira e à redução do poder de compra da população. A situação é agravada pelo aumento dos juros, dos custos com energia elétrica, e dos salários. Somente entre janeiro e abril, a estimativa é que as vendas tenham retraído cerca de 10%. Mas, levando-se em conta os aumentos dos custos, os lojistas acumulam perdas de até 20%. A expectativa é que o Dia das Mães - segunda melhor data para o comércio após o Natal - volte a impulsionar as vendas e traga novo fôlego ao setor.

De acordo com o presidente da Associação dos Comerciantes do Hipercentro de Belo Horizonte, Flávio Assunção, todos os segmentos do comércio vêm sentindo os impactos negativos da economia. O aumento dos juros e do endividamento, junto à redução do poder de compra, tem inibido o consumo. Além disso, os empresários que trabalham com produtos importados tiveram os custos ainda mais aumentados devido à desvalorização do real frente ao dólar.

"O comércio do hipercentro vem passando por dificuldades duplas, com o aumento dos custos e a redução do consumo. Nos primeiros meses do ano tivemos reajustes nas contas de energia, nos preços dos combustíveis e agora teremos o reajuste salarial de 8%. Somente os aluguéis não foram reajustados, mas têm custos elevados. Acreditamos que as vendas já recuaram em torno de 10%, mas levando-se em conta o aumento dos custos, as perdas podem chegar a 20%. Com a situação desfavorável, os empresários têm optado pela redução do quadro de funcionários e, em casos mais críticos, pelo fechamento das lojas", explica Assunção.

Para tentar driblar a situação, os lojistas têm investido em promoções, na diversificação dos produtos e no parcelamento das compras com o objetivo de atrair os consumidores.

"O momento de crise é o melhor para o consumidor comprar, já que a tendência é que os lojistas façam mais promoções e ofereçam condições melhores de pagamentos. Porém, com o aumento do desemprego, a população está receosa e evitando gastos. Para minimizar os prejuízos é importante que os lojistas negociem com os fornecedores e façam campanhas para atrair os clientes", disse o presidente da associação.

A expectativa é que o Dias da Mães traga novo fôlego para o setor, uma vez que a data é a segunda melhor para o comércio varejista. "Esperamos que as compras para o Dia da Mães sejam melhores para dar novo animo ao setor. As lojas do hipercentro têm produtos variados a preços acessíveis e isso pode ser um atrativo", explica Assunção.

Exemplos -
A economia desfavorável também tem afetado o desempenho da Simone Modas, com cinco unidades no hipercentro e duas em Venda Nova. De acordo com a proprietária, Jaqueline Bacha, com o aumento das taxas de desemprego e do endividamento, o movimento de clientes está menor, por isso não haverá contratação de funcionários para atender à demanda dos Dias das Mães, o que em anos anteriores era necessário.

"O comprometimento da renda da população e o endividamento das famílias são notórios, o que, aliado ao medo do desemprego, vêm deixando os consumidores extremamente inseguros em fazer compras. Outro fator é o aumento dos juros, que também inibe as compras".

Para atrair consumidores, a empresária tem investido na diversificação dos produtos, em promoções e no parcelamento a longo prazo. "O hipercentro ainda é o melhor lugar para se comprar. Estamos com os estoques variados, preços acessíveis e atendimento tradicional. Para estimular as vendas, também estamos parcelando as compras em até 10 vezes no cartão", explicou.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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