Supermercados são afetados pela crise na economia

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                                                                                     Setor deve fechar ano com alta de 1% em Minas Gerais.

Embora menos intensa do que em outros setores, a crise econômica nacional também chegou para os supermercadistas de Minas Gerais. Depois de projetar, no começo do ano, um crescimento de 2,5% no faturamento do setor em 2015 sobre o de 2014, os supermercados mineiros veem até agora uma evolução de apenas 0,6% e devem fechar o exercício com alta de 1%. Além disso, a rentabilidade do segmento caiu pela metade, com previsão de chegar ao final deste ano com apenas 1% de margem líquida.

As informações foram dadas pelo superintendente da Associação Mineira de Supermercados (Amis), Adilson Rodrigues, ontem, durante entrevista à imprensa na Superminas 2015, no Centro de Feiras e Exposições George Norman Kutova (Expominas), em Belo Horizonte, evento que começou na terça-feira e termina hoje.

"No começo do ano, esperávamos crescer 2,5%. Fizemos este planejamento em um céu de brigadeiro, ainda em 2014, mas quando 2015 entrou este cenário mudou. A empresa que não estiver preparada em termos de tecnologia e produtividade vai pagar um preço alto porque a concorrência está muito acirrada", afirmou Rodrigues.

Além disso, os supermercados mineiros estão prestes a perder metade da sua rentabilidade. Atualmente, segundo o superintendente da Amis, o setor luta para manter sua margem líquida em 2%, mas deve mesmo fechar o exercício em apenas 1%. "O carrinho de compras do consumidor ficou mais pobre e a competição também retira o lucro porque o mercado está mais aguerrido e os custos aumentaram", explicou.

Natal - Para o Natal deste ano, Rodrigues revelou que "se houver empate com o de 2014 está bom". Conforme ele, a data comemorativa deve ser "morna" e os consumidores já sinalizam isso. De acordo com pesquisa sobre os hábitos dos consumidores belo-horizontinos, divulgada ontem pela Amis, 43,5% dos entrevistados afirmaram que irão reduzir suas compras em relação às da mesma época do exercício anterior.

Mesmo com o cenário adverso, os supermercados mineiros não mudaram seus planos de investimentos para 2015. " mais caro abortar um investimento programado do que continuá-lo", justificou Rodrigues. O setor deve abrir 70 lojas neste ano, com a geração de 8 mil vagas e aportes da ordem de R$ 300 milhões, que também incluem a reforma de 75 unidades. Do começo do ano para cá, 45 unidades já foram abertas e 5 mil empregos diretos já se somaram aos 166 mil postos de trabalho do segmento no Estado.

Por outro lado, a situação difícil do País também trouxe à tona o preço como principal fator determinante na escolha do supermercado onde fazer as compras para 36,3% dos consumidores, enquanto 14,3% consideram a qualidade do produto; 13,8% as ofertas; 11,7% a proximidade de casa; 6,6% a variedade de produtos; e 4,6% o atendimento, conforme mostrou a pesquisa.

Esse desenho setorial, com as empresas com margens apertadas, encarecimento dos custos e com um consumidor mais exigente e atento às diferenças entre preços trouxe para os supermercados de Minas praticamente a obrigação de "falar a língua do consumidor", como frisou o superintendente da Amis.

"Trabalhar para falar o que o consumidor quer ouvir: mais preços, mais ofertas, mais atendimento e estar atento às oportunidades. Acho que essas são as principais estratégias frente ao cenário atual", destacou Rodrigues. Para 2016, no entanto, a folha de previsões da Amis ainda está em branco devido às incertezas em relação à economia nacional.

 


Veículo: Jornal Diário do Comércio - MG


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