O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro ficou estável em 46% de agosto para setembro, conforme dados divulgados na última sexta-feira pelo Banco Central (BC).
Por causa da adaptação do IBGE, a série estava defasada em mais de um mês. Mesmo assim, a defasagem de informações é de dois meses. Se forem descontadas dívidas imobiliárias, o endividamento também ficou estável de agosto para setembro, com 27% da renda anual. Em julho, era 27,1%.
Ainda segundo o BC, o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) subiu um pouco de agosto (22,6%) para setembro (22,8%). Descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda passou de 20,1% em agosto para 20,4% em agosto.
Inadimplência
A taxa de inadimplência no mercado de crédito com recursos livres ficou praticamente estável em outubro. Ante setembro houve alta de 0,1 ponto percentual, passando de 4,9% para 5,0% segundo BC.
Para pessoa física, também foi registrado aumento de 0,1 pp nessa comparação, passando de 5,7% para 5,8%. Para empresas, a alta foi ligeiramente mais elevada, de 0,2 p.p., indo de 4,1% para 4,3%.
A inadimplência do crédito direcionado foi de 1,2% para 1,4%. No crédito livre para pessoa física, a inadimplência no crédito pessoal ficou estável em 3,8%. No cheque especial, recuou de 15,3% para 14,3%.
Fernando Rocha, chefe-adjunto do departamento econômico do BC, enfatizou que num período mais longo, este movimento de alta do calote era esperado. Segundo ele, isso faz com que a alta do calote não traga impacto para a solidez do sistema financeiro.
Rocha previu ainda que, dado o momento de recessão, a alta da inadimplência pode continuar, mas em ritmo moderado. "Com taxas negativas de PIB e o mercado esperando taxas negativas para o próximo ano também, isso é possível", disse.
Veículo: Jornal DCI