O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, disse ontem que a autoridade monetária "não limitará as suas decisões pelos possíveis impactos fiscais", e reforçou que o BC deve continuar agindo para trazer a inflação de volta à meta.
Tombini ressaltou que a determinação do BC contribui favoravelmente para a queda das taxas de juros de longo prazo, ao ancorar expectativas de inflação, concorrendo assim para reduzir o custo do gerenciamento das dívidas públicas.
"Os mecanismos de transmissão de política monetária estão e continuarão operantes", avalia o presidente.
De acordo com ele, o déficit nas transações correntes deverá registrar neste ano um recuo de US$ 40 bilhões, e a atual deterioração cambial não tem causado desequilíbrios patrimoniais nem financeiros.
Ajuste fiscal
O presidente do BC afirmou ainda que um ajuste crucial para a retomada da economia brasileira é o fiscal. "É importante ser aprovada uma meta de superávit primário crível para 2016", disse. Ele comentou que o ajuste dos administrados que está sendo feito neste ano, contribuirá para reduzir a inflação em 2016.
Segundo ele, por causa da demora nos ajustes fiscais é que a inflação ainda não convergiu para o centro da meta.
Vale também lembrar que alguns dias antes da reunião do Copom de outubro, o Banco Central postergou de 2016 para 2017 o horizonte de convergência da inflação para a meta.
Veículo: Jornal DCI