Retomada da confiança depende da política

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Seguindo uma trajetória de quedas consecutivas, que perdura desde a Copa, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio de São Paulo (Icec) caiu 27,4% em dezembro, sobre 2014. A perspectiva do mercado é que a retomada fique atrelada à segurança passada pelo governo na política econômica do País.

"Nos já observamos a queda na confiança dos empresários desde 2014, com a queda das vendas provocada pelo o efeito da Copa do Mundo. No entanto, ao longo de 2015, o índice se manteve abaixo de 100 pontos", diz o assessor econômico da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), Thiago Carvalho.

O índice, que foi a 74 pontos em dezembro, varia de 0 a 200 pontos - sendo considerado pessimista valores abaixo dos 100 pontos - manteve a sequência de resultados negativos no último mês.

Crescimento?

Para ele, a retomada do crescimento depende das ações do governo. "Enquanto não existir uma sinalização clara da parte do governo federal de que as reformas serão feitas e que o ajuste será assertivo, o crescimento não ocorrerá", conta.

De acordo com o assessor econômico, para o País voltar a crescer a chave é fazer investimentos, mas sem confiança o empresário não faz melhorias e não investe em novas lojas, travando a economia.

Segundo Carvalho, também não existem grandes perspectivas de que os funcionários temporários sejam efetivados. De acordo com a pesquisa de sondagem feita entre 18/19 e 21 de dezembro, pela FecomercioSP, com 100 comerciantes, 84% disseram que não iriam contratar funcionários temporários para o período de Natal; em 2014, esse valor era de 69%. Já em relação à efetivação dos funcionários temporários, 44% das empresas não iriam contratá-los. Em 2014, o número não passou dos 13%.

Ainda sem mensurar o resultado obtido nas vendas natalinas, o executivo calcula que a queda fique em torno de 7%. "Esse resultado negativo reflete diretamente na confiança."

Outros números

De acordo com a entidade, a desconfiança com as condições econômicas é generalizada entre diversos portes de varejistas. As empresas com mais de 50 colaboradores, por exemplo, viu piora de 34,5%, na comparação anual.

Nas empresas com até 50 empregados, a confiança apresentou um recuo 27,3% em relação a dezembro de 2014, mas alta de 1,8% na comparação mensal. Segundo Carvalho, desde maio que a confiança das empresas com até 50 empregados não ultrapassava as maiores varejistas.

De acordo com o assessor, o resultado sobre a percepção das condições atuais da econômica do País, que ficou em 16,9, está entre os resultados mais baixos da série histórica, iniciada em março de 2011.

Na contrapartida, o medidor que avalia a expectativa do empresário do comércio, ficou em 113,3, o que significa uma ligeira alta de 0,17% em relação ao registrado em novembro. Em comparação ao mesmo período de 2014, o recuo registrado foi de 19,18%.

O índice de investimento do empresário do comércio também teve uma pequena alta na comparação de dezembro (75,4) ante novembro (71,6). No entanto, segundo Carvalho, a alta foi puxada pelo indicador de contratação de funcionários. Ainda assim, o índice apresentou um recuou de 22,98%, frente a 2014.

 



Veículo: Jornal DCI


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