A indústria paulista registrou retração de 3% no último trimestre de 2015, de acordo com levantamento da Fiesp.
A indústria paulista registrou o pior desempenho anual em 2015 dos últimos seis anos, segundo levantamento divulgado ontem pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O Indicador de Nível de Atividade (INA) da Fiesp cedeu 6,1% no ano passado ante 2014, sem ajuste.
Somente no último trimestre do ano passado, o INA teve retração de 3% na comparação com o período de 2014.
De acordo com a pesquisa, os setores que tiveram menor nível de atividade - sem ajuste sazonal - foram automotivo (-15,1%) e de máquinas e equipamentos (-14,7%), enquanto a produção de celulose, papel e produtos de papel cresceu 0,7% no último ano.
No ano passado, o índice de horas trabalhadas baixou 12,9% ante 2014 e foi a principal influência negativa para o resultado final. Segundo o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp, Paulo Francini, a redução das horas trabalhadas na produção não indica exclusivamente uma queda do emprego, mas a adoção de medidas como layoff (suspensão do contrato) para adequar a produção o ritmo das encomendas.
Francini ainda não consegue mensurar até quando os efeitos da crise política e econômica no Brasil vão afetar o setor.
"Ao olhar para as perspectivas, não conseguimos enxergar por onde vai ocorrer a saída para uma eventual melhora. Um dia [a crise] vai passar, porém não sabemos quando. Mas a intensidade dela é a maior que já vivemos", afirma o diretor do Depecon.
A Fiesp prevê queda de 5,3% no indicador de atividade de São Paulo em 2016. Se confirmada, será a terceira retração anual consecutiva para o maior parque fabril do País.
Veículo: Jornal DCI