São Paulo - Em 2014, ano de eleição e Copa do Mundo, o comércio brasileiro já dava sinais fortes de desaceleração, pelo menos é que apontou ontem a Pesquisa Anual de Comércio (PAC), feita pelo Instituto de Geografia e Estatística (IBGE).
Com 7,3% de alta, o crescimento da receita do setor foi o menor desde 2009 quando, em meio à crise econômica mundial, o índice registrou 4,4% de aumento. Em 2014 havia 1,6 milhão de empresas no setor, que movimentaram R$ 3 trilhões em receita operacional líquida. Segundo o IBGE, a alta de 7,3% ante 2013 foi impulsionada, principalmente, pela receita do atacado.
Para o gerente da pesquisa realizada pelo IBGE, Luiz Andrés Paixão, o crescimento do setor foi impactado positivamente pela Copa, mas devido ao começo da crise econômica esse efeito não foi tão grande. "Os resultados de 2014 mostram que o comércio cresceu menos, ainda não foi um ano tão ruim, mas fica claro uma perda de dinamismo apesar de ter tido eleição e eventos", analisa.
Mesmo com a desaceleração, o gerente apontou o comércio varejista como um dos principais beneficiados pela Copa e pelas eleições. Em 2014, o varejo aumentou de 42,5% para 43,4% sua participação no total da receita operacional líquida do setor e respondeu por 73,7% das pessoas ocupadas e por 62,9% da massa salarial.
A participação do atacado na receita total caiu de 44,6% para 44 4%, mas ainda é o principal responsável pelo crescimento de 7,3% das receitas em 2014. As empresas atacadistas representam 12% do comércio, enquanto o comércio de veículos automotores e peças soma 9,2% das empresas, segundo o levantamento do IBGE.
Fonte: DCI