Meirelles aposta na retomada da economia do País

Leia em 3min 30s

Xangai - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, avalia que o fim do julgamento do impeachment, com a consequente confirmação de Michel Temer na Presidência, reforça o processo de reversão das condições que levaram o Brasil para a recessão. “A boa notícia é que as causas de tudo isso (do período recessivo) foram revertidas”, disse no Seminário Brasil-China, realizado em Xangai, capital financeira chinesa na sexta-feira.
 
Em palestra, Meirelles comentou que o processo de deterioração da economia brasileira ao longo dos últimos trimestres tornou-se agudo à medida que os agentes econômicos entenderam que “aquele governo (de Dilma Rousseff) não se sustentaria”.
 
O ministro comentou que, com a chegada do governo Temer, medidas foram anunciadas e as condições que levaram a economia para a recessão começaram a ser revertidas. “O novo governo assumiu de forma totalmente democrática, em um processo presidido pelo Supremo e dentro das normas constitucionais. Isso fez com que a confiança dos agentes econômicos passasse a ser retomada rapidamente”.
 
Agora confirmado pelo Senado, o novo governo tem cinco compromissos principais na economia, disse o ministro. “O primeiro é com o cenário macroeconômico estável. O grande primeiro movimento é assegurar a estabilidade da economia brasileira, começando por restaurar o equilíbrio das contas públicas”, disse. Em seguida, outro compromisso é reduzir o tamanho do Estado, já que a máquina pública passou a exigir cada vez mais recursos, ao mesmo tempo em que houve aumento da ociosidade.
 
Em terceiro na lista de compromissos da equipe econômica de Michel Temer, está a implantação das reformas estruturais. Em seguida, também estão listados o reforço do papel das agências regulatórias e a criação de um ambiente de negócios mais amigável.
 
Investimentos - Na percepção de Meirelles, a expectativa de manutenção do governo Michel Temer já gera efeito positivo na melhora da confiança e do investimento. Um dos sinais mais evidentes desse fenômeno é a reação do investimento na economia, argumenta o ministro da Fazenda.
 
Ao comentar as ações já propostas pelo governo Temer ainda no período da interinidade, Meirelles disse que “uma das medidas mais importantes é a que estabelece um teto para as despesas públicas de maneira que as despesas passem a cair como porcentual do Produto Interno Bruto”.
 
“É importante mencionar que isso tem gerado muita confiança na economia, seja dos industriais, nos serviços e no comércio. A reta do crescimento (da confiança) nos últimos meses é pronunciada”, disse.
 
Diante desse ambiente de retomada da confiança, Meirelles comentou os novos números do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e que mostram reação do investimento.
 
“O investimento está sendo retomado. Esse é o primeiro setor da atividade econômica que reagiu”, disse Meirelles, em tom de comemoração. “Quando vemos dados do último trimestre, nós vamos ver que a indústria subiu um pouco, o consumo ainda não subiu, alguns setores ainda caem, mas o investimento já subiu. É um sinal claro de que a economia brasileira está crescendo”, ressaltou.
 
Infraestrutura - No esforço de convencimento para que chineses aloquem mais recursos no Brasil, o ministro da Fazenda afirmou que há perspectiva de até US$ 296 bilhões em investimentos na economia brasileira entre 2016 e 2019. Para o ministro, o Brasil tem uma grande vantagem que é não contar com conflitos “políticos e religiosos”.
 
Durante palestra no Seminário Brasil - China, em Xangai, Meirelles apresentou a soma de quase US$ 300 bilhões num quadro sobre o potencial para investimento em algumas áreas. Entre os segmentos, estão petróleo e gás, energia, ferrovias, telecomunicações, estradas, saneamento, aeroportos e mobilidade urbana.
 
Meirelles frisou que, ao contrário de outros países emergentes e muitas das economias desenvolvidas, o Brasil continua com demanda por serviços melhores. Isso gera um grande mercado para novas infraestruturas e evita algumas cenas como ferrovias subutilizadas ou aeroportos sem voos.
 
O ministro citou nominalmente cinco grandes condições que oferecem oportunidades ao investidor: mercado grande e em expansão de bens e serviços; oportunidades enormes em infraestrutura; exploração de mineração; exploração de petróleo e gás; e expansão da área cultivada agrícola.
 
Fonte: Jornal Diário do Comércio de Minas


Veja também

Mais confiantes, 48% dos lojistas esperam melhora no 2º semestre

Quase metade dos comerciantes e prestadores de serviços acredita que o segundo semestre será melhor para a...

Veja mais
Preço do 'arroz e feijão' sobe menos e inflação da baixa renda perde força

De julho para agosto, variação da dupla passou de 12,99% para 1,26%.No ano, o IPC-C1 acumula alta de 5,85%...

Veja mais
48% dos comerciantes e prestadores de serviços acreditam que o 2º semestre será melhor

Em meio à crise, algumas medidas foram estão sendo tomadas pelos empresários para se manterem no me...

Veja mais
Ibovespa sobe 2,37% na sexta-feira e atinge novo pico neste ano

O mercado acionário brasileiro teve uma sexta-feira de otimismo, refletindo a expectativa de manutenç&atil...

Veja mais
Lojas dão desconto em troca de usado

Em tempos de consumo sustentável e crise econômica, uma nova modalidade operacional passou a ser adotada po...

Veja mais
Preço recua em seis de sete capitais

O Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S), calculado pela Fundação Getulio Vargas (...

Veja mais
Discurso contra globalização pode restringir comércio

Roberto Azevêdo, secretário-geral da OMC, vai usar reunião do G20 para pedir a líderes que se...

Veja mais
Varejo crê em recuperação das vendas

A economia chegou ao “fundo do poço” e, agora, só resta uma curva ascendente, traduzida na opi...

Veja mais
IPCA para 2016 permanece em 7,34%, aponta Relatório de Mercado Focus

No relatório Focus, entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no m&e...

Veja mais