Economistas consultados pelo Banco Central reduziram a perspectiva para a inflação neste ano e em 2017, após a prévia do IPCA (índice oficial de preços) de setembro desacelerar com recuo de alimentos, mostra o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (26).
A pesquisa semanal do BC prevê inflação de 7,25% neste ano. Na semana passada, a projeção era de 7,34%. O Focus também reduziu de 5,12% para 5,07% a estimativa para o IPCA em 2017, enquanto manteve em 4,50% a expectativa para 2018.
A revisão para este ano e o próximo ocorre após o IPCA-15 desacelerar para 0,23% em setembro, depois de subir 0,45% em agosto. O principal responsável pela desaceleração foram os alimentos e bebidas, que registraram deflação de 0,01%, após subirem 0,78% em agosto.
O resultado tornou mais provável uma eventual redução da taxa básica de juros (Selic) na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, em outubro, na visão de analistas.
"Com o Fomc [Comitê Federal de Mercado Aberto do BC dos EUA] não subindo juros e a expectativa de inflação para os próximos períodos mais benigna (...), um corte na Selic em outubro se mostra mais provável, desde que sinais de redução da incerteza sobre ajustes na área fiscal sejam materializados", escrevem economistas José Francisco de Lima Gonçalves e Julia Araújo, do Banco Fator. "Neste caso, o ciclo de queda da Selic pode começar no ritmo de 0,50 ponto percentual."
Apesar disso, os economistas consultados no Boletim Focus mantiveram a projeção para a taxa básica de juros em 13,75% neste ano e em 11% em 2017.
PIB
A expectativa de retração do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano melhorou levemente, com a queda projetada passando de 3,15% para 3,14%. Já o crescimento estimado para 2017 caiu de 1,36% para 1,30%. Para 2018, a expansão prevista é de 2,20%.
A contração está em linha com a esperada pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), que passou a ver uma contração de 3,3% em 2016, contra queda de 4,3% anteriormente. Para 2017, o recuo previsto passou a ser de 0,3%, contra taxa negativa de 1,7% na pesquisa anterior.
Para o câmbio, a projeção no final deste ano é de dólar a R$ 3,29 —era de R$ 3,30 na pesquisa passada— e de R$ 3,45 no fim de 2017.
Fonte: Jornal do Comércio de Porto Alegre