Retração é mais acentuada do que a registrada no ano passado
São Paulo - A Associação Comercial de São Paulo projeta que o varejo brasileiro fechará o ano com queda de 5,1% em relação a 2015. A previsão é para o varejo restrito, ou seja, que não considera os setores de automóveis e de material de construção. A projeção é elaborada pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal/ACSP e utiliza como bases o Índice Nacional de Confiança (INC/ACSP) e dados do IBGE.
A queda é mais acentuada do que a registrada em 2015 com relação a 2014 (-4,3%). Isso, diz Alencar Burti, presidente da ACSP e da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), reflete a confiança do consumidor que, apesar de ter parado de cair, continua em patamar muito baixo. Os fatores desta visão negativa são a conjuntura macroeconômica, com juros e inflação altos e salário e emprego em baixa.
Porém, o recuo de 5,1% é menor do que o registrado no acumulado de janeiro a julho (-6,7%). Para a associação, isso mostra que as quedas devem arrefecer nos próximos meses devido à base fraca de comparação do segundo semestre de 2015. Além disso, a redução dos estoques e a possibilidade de aumento da confiança do consumidor diante das mudanças políticas e econômicas podem contribuir para diminuir o ritmo de queda.
“Esperamos a concretização das mudanças necessárias para o ajuste, a viabilização de investimentos e o destravamento da economia, o que vai melhorar a confiança e, consequentemente, o varejo”, afirma Burti.
IBGE – De acordo com os últimos dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as vendas no varejo restrito no Brasil acumulam queda de 6,7% entre janeiro e julho na comparação com o mesmo intervalo do ano passado. Em 12 meses, a retração atinge 6,8%.
Em Minas Gerais, as vendas no varejo caíram 0,1% em julho deste ano em relação ao mês anterior. Os números do Estado ficaram melhores do que a média do País (-0,3%) e que a taxa de outros 16 estados que mostraram recuo no volume de vendas do varejo. A queda menos acentuada em Minas Gerais se deu pelo desempenho positivo em setores como materiais para escritório, supermercados e artigos farmacêuticos.
Considerando o acumulado de 12 meses, a queda no comércio mineiro foi de 1,6%, mais uma vez menor que a média nacional. Segundo o estudo, o nível de atividade do comércio mineiro ainda encontra-se 5,2 % abaixo do ponto máximo da série, verificado em novembro de 2014, quando houve queda de 11,9% no comércio no Brasil.
Fonte: Jornal Diário do Comércio de Minas