IBC-Br de novembro ante outubro de 2016 foi o primeiro resultado mensal positivo desde julho
Brasília - A atividade econômica voltou ao azul em novembro, divulgou o Banco Central na sexta-feira, também revisando positivamente os dados referentes a meses anteriores, mas num movimento que ainda não aponta uma retomada do crescimento após o País passar meses mergulhado em recessão. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), teve alta de 0,20% em novembro na comparação com outubro, em dado dessazonalizado.
O resultado veio melhor que a retração de 0,10% no mês estimada por analistas. Também representou o primeiro crescimento mensal desde julho, quando o índice subiu, mas de forma bem modesta, de acordo com dados revisados pelo BC na sexta. Na comparação com mesmo mês de 2015, o IBC-Br caiu 2,08%. No acumulado em 12 meses, o tombo foi de 4,96%, sempre em números dessazonalizados.
Em outubro, o índice sofreu uma contração de 0,15%, número que foi revisado pelo BC na sexta-feira após ter divulgado anteriormente um recuo maior, de 0,48% para o mês. Em todo o ano de 2016, o IBC-Br ficou positivo apenas em abril, junho, julho e novembro, além de ter ficado estável em setembro, sempre na comparação com o mês anterior.
Apesar da melhoria apontada na revisão de dados pelo BC, a própria autoridade monetária indicou na semana que a retomada da atividade econômica deve ser ainda mais demorada e gradual que a antecipada previamente ao reduzir a Selic em 0,75 ponto percentual, a 13% ao ano, contrariando projeção dominante no mercado de um corte de 0,50 ponto na taxa básica de juros.
Para o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa, a melhoria vista nos dados pode estar ligada a revisões referentes à produção agrícola ou mesmo à área de serviços. “Mas acho que isso não muda o quadro de fechar os dois últimos trimestres do ano passado ainda com variações negativas para PIB”, ressalvou ele, acrescentando que o resultado de novembro foi puxado pelas vendas no varejo em função da Black Friday, algo que não deve se repetir daqui para frente. No mês, as vendas do varejo subiram 2% sobre outubro, no melhor resultado desde meados de 2013, mas num movimento de antecipação das compras de Natal com tendência de ser apenas pontual.
Por sua vez, a produção industrial voltou a subir após forte queda no mês anterior, porém muito menos do que o esperado, com alta de 0,2% sobre outubro. O setor de serviços também exibiu alta de 0,1% na mesma base de comparação após três meses de queda, mas numa performance ainda tímida para apontar recuperação consistente. De olho nos dados fracos sobre a atividade, economistas preveem, na pesquisa Focus mais recente, uma expansão de apenas 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017 na sequência de um recuo de 3,49% estimado para 2016. O IBC-Br incorpora projeções para a produção no setor de serviços, indústria e agropecuária, bem como o impacto dos impostos sobre os produtos. (Reuters)
Fonte: Diário do Comércio de Minas