Vendas do varejo avançam 2% em Minas Gerais

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O ano começou com um dado positivo para o varejo em Minas. Segundo a Pesquisa Mensal do Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada ontem, o volume de vendas do setor varejista mineiro teve crescimento de 2% em janeiro no comparativo com dezembro de 2016. O índice é melhor que o nacional, que apontou retração de 0,7%. Na comparação de janeiro deste ano com igual mês do ano passado, as vendas no varejo de Minas registraram redução de 0,2%, enquanto a diminuição nacional foi de 7%. Com relação aos últimos 12 meses, a queda foi de 1,1% no Estado e de 5,9 no Brasil.

 

Segundo a supervisora de pesquisa econômica do IBGE Minas, Cláudia Pinelli Magalhães Carvalho, o crescimento de 2% é bom sinal de recuperação, ainda que tímido, que pode estar refletindo questões como queda da inflação e aumento da confiança do consumidor.

Quanto ao recuo de 0,2% de janeiro de 2017 frente a igual mês do ano passado, ela disse que o índice foi o menor entre 24 estados que tiveram queda. Apenas Alagoas (1,5%), Santa Catarina (0,4%) e Rio Grande do Sul (0%) não mostraram retração. "Mas é bom ressaltar que a base de comparação é fraca, pois em janeiro de 2016 o consumo já tinha mostrado redução", aponta Cláudia Pinelli. Essa retração vem desacelerando. Em dezembro de 2016, no comparativo com dezembro de 2015, a queda foi 2,8%.

 

De acordo com o relatório do IBGE, os resultados acumulados em 12 meses evidenciam a manutenção da perda de dinamismo da atividade, embora o desempenho do comércio mineiro tenha mostrado certa estabilidade.

Para a economista da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Ana Paula Bastos, as promoções realizadas tradicionalmente pelo comércio no início de ano podem estar por trás do dado positivo das vendas do varejo em Minas em janeiro, com relação ao mês anterior. "O índice positivo é sazonal e ainda não é suficiente para apontar tendência de melhora", pondera a economista. Segundo ela, a perspectiva é de melhora no setor devido a fatores como o dinheiro liberado das contas inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e desaceleração da inflação.

 

Liquidações - Entre as atividades que apresentaram índice positivo nas vendas em janeiro, no comparativo com o mesmo mês do ano anterior, estão tecidos, vestuário e calçados, com alta de 16,7% - o que pode também estar ligado às liquidações; hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com aumento de 8,5%; e móveis e eletrodomésticos, com crescimento de 6,5%. "Se separamos só a atividade hipermercado e supermercado, o aumento é de 14,3%. E eletrodomésticos tiveram desempenho melhor que móveis", apontou Cláudia Pinelli.

 

Tiveram quedas, no comparativo janeiro 2017/janeiro 2016, as atividades: equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-27,3%); combustíveis e lubrificantes (-26,9%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-13,1); livros, jornais, revistas e papelaria (-11,1%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-0,2%).

Com relação aos últimos 12 meses, os resultados das atividades foram os seguintes: outros artigos de uso pessoal e doméstico - aumento de 6,6%; equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação - crescimento de 4%; artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos - avanço de 3,8%; hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo - aumento de 0,3%. Registraram queda: móveis e eletrodomésticos (-4,5%); combustíveis e lubrificantes (-4,9%); livros, jornais, revistas e papelaria (-12,1%); tecidos, vestuário e calçados (-12,4%).

 

A retração do comércio varejista ampliado em Minas, em janeiro deste ano frente a igual mês do ano passado, foi de 1,1%. A atividade veículos, motocicletas, partes e peças teve queda de 19,4% (-11,7% nos últimos 12 meses), enquanto a redução da atividade material de construção foi de -1,7% (-11,4% nos últimos 12 meses). "É um resultado esperado, já que o desempenho da indústria automobilística e da construção civil depende mais do crédito e tem recuperação mais demorada", diz Cláudia Pinelli.

 

 

Fonte: Diário do Comércio de Minas

 


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