Porto Alegre tem maior alta de cesta básica em abril

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Cesta básica mais cara do País desde setembro do ano passado, Porto Alegre registrou, em abril, a maior alta nos preços nas capitais brasileiras. No mês passado, o conjunto de alimentos ficou 6,17% mais caro na Capital, chegando a R$ 464,19. As principais altas encontradas pelo Dieese, responsável pela pesquisa, foram as do tomate ( 64,69%) e da batata ( 26,64%), que puxaram a elevação da cesta. Nos últimos 12 meses, a variação do conjunto chega aos 8,73%.

 

Vilão frequente nas altas da cesta básica, o tomate novamente liderou o encarecimento em praticamente todo o País. A oferta do produto foi afetada pelo fim da colheita da safra de verão e, também, pelo clima mais ameno, que complicou a maturação da safra de inverno. "O tomate é o item mais sensível ao clima e, como tem um ciclo curto, se torna muito volátil", analisa a economista do Dieese Daniela Baréa Sandi. O fruto é, também, um dos itens de maior peso na cesta básica da Capital, de forma que as grandes oscilações impactam efetivamente no valor final do conjunto.

 

Por sua vez, a batata, que subiu em todas as 27 capitais, foi afetada principalmente pelas chuvas, que reduziram a produção. Mesmo com a alta em abril, porém, no acumulado dos 12 meses, o tubérculo apresenta queda de 42,09%, a maior redução entre os 13 itens que compõem a cesta. Além da batata, apenas o óleo de soja (-2,93%) e a farinha (-5,17%) também estão mais baratos do que no ano passado.

 

Responsáveis pelas altas há pouco tempo, itens como feijão (-8,26%) e o arroz (-2,99%) apresentaram queda nos seus preços. "Os preços do feijão e do arroz vêm recuando pela boa oferta, mas ainda seguem em alta nos 12 meses", comenta Daniela. No acumulado, os itens apresentam alta de 16,81% e 11,88%, respectivamente.

 

Já a banana ( 2,62%), o café ( 2,90%) e a manteiga ( 1,45%) continuaram subindo, mas em ritmo menor do que o visto recentemente. Quando a análise é feita sobre os últimos 12 meses, os itens estão, respectivamente, 23,12%, 21,45% e 26,99% mais caros do que em maio de 2016. "No ano passado, tivemos meses refletindo o aumento dos insumos nos custos de produção, o que não aconteceu em 2017. Neste ano, dependemos do resultado das safras", afirma Daniela, que vê espaço para mais reduções nos valores de feijão e óleo de soja.

 

Depois de Porto Alegre, as cestas mais caras em abril foram as de Florianópolis (R$ 453,54), Rio de Janeiro (R$ 448,51) e São Paulo (R$ 446,28). A mais barata foi a de Rio Branco (R$ 333,18).

Quem recebe um salário-mínimo precisou trabalhar, na Capital, 109 horas para adquirir o conjunto básico de alimentos. A cesta, que em março representava 50,72% do benefício, em abril chegou aos 53,85%. "A alta da alimentação impacta mais quem tem menor renda, que compromete maior parte de seu salário com a cesta básica", comenta a economista.

 

 

Fonte: Jornal do Comércio-Porto Alegre

 


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