Depois de uma pequena recuperação em março, a produção da indústria brasileira voltou a cair em abril, assim como também recuaram o nível do emprego e de uso do parque fabril, informou a Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quarta-feira (24).
"A indústria ainda encontra dificuldades para superar a recessão econômica enfrentada pelo país", avaliou a entidade, que realizou levantamento com 2.387 empresas entre 2 e 12 de maio.
Segundo a pesquisa, o indicador de evolução da produção caiu para 41,6 pontos em abril, o de número de empregados ficou em 47 pontos, e o de utilização da capacidade instalada em relação ao usual (nível de uso do parque fabril) diminuiu pra 36,6 pontos.
Os indicadores da pesquisa variam de zero a 100 pontos. Quando estão abaixo de 50 pontos, revelam queda na produção, no emprego e na utilização da capacidade instalada, explicou a Confederação Nacional da Indústria.
O estudo destaca que os feriados são responsáveis por parte das quedas registradas no mês. Abril teve 17 dias úteis, ante 23 dias de março. "Embora seja comum uma diminuição da atividade entre os meses de março e abril, a queda registrada em 2017 foi mais intensa que a usual", observou a CNI.
Otimismo menor
O levantamento também mostra uma redução do otimismo dos empresários e, com isso, a perspectiva é de mais demissões na indústria, acrescentou a entidade.
Em maio, o indicador de expectativa sobre o número de empregados caiu para 48,7 pontos e continua abaixo da linha divisória dos 50 pontos, que separa o otimismo do pessimismo.
Embora estejam acima dos 50 pontos, os indicadores de expectativas para os próximos seis meses sobre a demanda, a quantidade exportada e a compra de matérias-primas recuaram um pouco.
"Sem grandes perspectivas de melhora no cenário econômico, os empresários continuam pouco dispostos a investir. O índice de intenção de investimentos para os próximos seis meses ficou em 46,6 pontos em maio, uma queda de 0,4 ponto na comparação com abril", informou a CNI.
O indicador varia de zero a cem pontos e quanto maior o índice, maior é a propensão de investir das empresas. "Apesar do aumento de 7,2 pontos na comparação com o ano passado, as intenções de investir seguem baixas", avaliou a entidade.
Fonte: G1