Já sob a influência da última decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, os economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para a taxa básica de juros (Selic) para o fim de 2017, mas alteraram o cálculo para 2018.
O Relatório de Mercado Focus trouxe ontem que a mediana das previsões para a Selic este ano seguiu em 8,00% ao ano. Há um mês, estava em 8,50%. O levantamento indicou ainda que a mediana das projeções dos economistas para a Selic no fim de 2018 foi de 8,00% para 7,75% ao ano, ante 8,25% de um mês atrás.
Na última quarta-feira, o Copom anunciou um corte de 1 ponto percentual da taxa, de 10,25% para 9,25% ao ano. Com isso, a Selic retornou ao patamar de um dígito após quatro anos. No comunicado que acompanhou a decisão, o colegiado informou que o ritmo de cortes continuará dependendo da evolução da atividade, do balanço de riscos (incluindo as incertezas quanto às reformas), e das projeções de inflação.
Para muitos analistas, o BC deixou as portas abertas para novo corte de 1 ponto percentual em setembro. Mais do que isso, sinalizou a possibilidade de uma Selic abaixo dos 8,00% ao ano no fim do ciclo.
No relatório de ontem, a Selic média de 2017 seguiu em 10,06% ao ano. Há um mês, a mediana da taxa média projetada era de 10,22%. No caso de 2018, a Selic média foi de 8,00% para 7,75%, ante 8,25% de quatro semanas atrás.
Para o grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções (Top 5) de médio prazo, a taxa básica terminará 2017 em 7,50% ao ano, ante 7,75% projetados há uma semana. Há um mês, a mediana projetada era de 8,13%. Para 2018, a expectativa foi de 7,50% para 7,25%, ante 8,00% de um mês antes.
Imposto
Ainda sob a influência do aumento da tributação sobre combustíveis, os economistas do mercado financeiro elevaram suas projeções para o IPCA - o índice oficial de inflação - neste ano. O Relatório de Mercado Focus mostra que a mediana para o IPCA em 2017 foi de 3,33% para 3,40%. Há um mês, estava em 3,46%. Já a projeção para o índice de 2018 seguiu em 4,20%, ante 4,25% de quatro semanas atrás.
Na prática, as projeções de mercado divulgadas ontem no Focus indicam que a expectativa é que a inflação fique abaixo do centro da meta, de 4,5%, em 2017 e 2018.
No dia 20, o governo anunciou aumento da alíquota de PIS/Cofins sobre a gasolina, o diesel e o etanol. Parte deste reajuste levou ao aumento das projeções para o IPCA na semana passada, mas o impacto continuou no boletim desta semana. Na última sexta-feira, porém, o governo informou a respeito da redução do reajuste para o etanol, o que pode trazer impactos na próxima divulgação do Focus.
Para o grupo de analistas do Top 5, a mediana das projeções para 2017 seguiu em 3,10%. Para 2018, a estimativa permaneceu em 4,19%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 3,48% e 3,98%, respectivamente.
Fonte: Estadão Conteúdo