Em um momento que se debate a ordem de votação das reformas propostas pelo governo, o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Eduardo Refinetti Guardia, defendeu que se dê prioridade à da Previdência.
"Se atacarmos todas as grandes reformas de uma vez, não vamos aprovar nada. Precisa ter uma ordem", declarou Guardia na última sexta-feira, ao defender a votação, primeiro, da proposta de emenda constitucional que muda as regras de aposentadoria e aumenta o tempora contribuição. "Não adianta discutir a reforma tributária e deixar a reforma da Previdência para trás", acrescentou.
Durante participação em seminário organizado pela Internews na capital paulista, o secretário destacou o quadro "no mínimo desafiador" das finanças públicas e alertou que, se nada for feito, os gastos primários do governo vão evoluir para 25% como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) em dez anos, ao invés dos 15% almejados com a implementação da reforma da Previdência.
Caso as regras de aposentadoria não sejam alteradas, o regime que estabeleceu um teto às despesas públicas deixará De acordo com o ministro, o País não só vai agravar o problema fiscal no curto prazo como terá maior pressão de elevação de impostos. Ele salientou que a carga tributária precisaria ser elevada entre 9% e 10% como proporção do PIB para cobrir o rombo deixado pela Previdência Social.
"Essa reforma da Previdência, mesmo que não resolva tudo, garante relativa estabilidade dos gastos nos próximos anos", alertou, após mencionar que as despesas previdenciárias no Brasil, de quase 13% do PIB, são proporcionalmente superiores às de países com população mais idosa.
"Aprovada a reforma da Previdência, é importante ter uma agenda que nos leve à reforma tributária. A prioridade, neste momento, em nosso entendimento, é a aprovação da reforma da Previdência. Sem ela, temos dificuldade até para discutir a reforma tributária", finalizou.
Fonte: Estadão Conteúdo