São Paulo - O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro vai crescer 0,89% em 2017 e 2,6% em 2018. Essas são as novas apostas dos analistas financeiros, de acordo com o relatório Focus, divulgado ontem pelo Banco Central (BC).
As estimativas mais recentes são melhores que as da semana passada, que apontavam um aumento de 0,73% para o PIB deste ano e de 2,58% para o do ano que vem. Para a mudança nas previsões, foi fundamental o desempenho da atividade econômica durante o terceiro trimestre, divulgado na última sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Professor de economia da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), Eduardo Mekitarian afirma que o resultado do PIB entre julho e setembro, mesmo com uma alta de apenas 0,1%, deu força às projeções por contar com uma melhora da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF). "Com o investimento no País em alta, a tendência é que a trajetória da economia seja reforçada nos próximos meses". A FBCF cresceu 1,6% na comparação com o segundo trimestre deste ano, encerrando uma sequência de 15 baixas consecutivas.
Selic em 7% ao ano
O mercado manteve a estimativa de que o Comitê de Política Econômica (Copom) vai reduzir a Selic em 0,5 ponto percentual na reunião de amanhã, a última deste ano. Se a previsão for confirmada, a taxa básica de juros chegará a 7% ao ano, o menor patamar da série histórica do BC.
Os analistas apontaram que a Selic encerrará 2018 também em 7% ao ano. Contudo, as projeções apontaram que a taxa terá uma leve queda no início do ano, chegando a 6,75% ao ano, para depois voltar aos 7% ao ano no final de 2018.
Segundo Mekitarian, o futuro da reforma da Previdência vai influenciar a trajetória dos juros. "O Copom já destacou várias vezes a importância da reforma. Se ela acontecer, é possível que a Selic fique mais tempo em um patamar mais baixo", diz o especialista.
Já a projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2017 recuou para uma alta de 3,03%, abaixo da previsão anterior (3,06%). Para 2018, a previsão de alta de 4,02% foi mantida.
Fonte: DCI São Paulo