Atividade fraca e inércia manterão a inflação abaixo do esperado no início de 2018, levando o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mais próximo do piso da meta (3%), pelo segundo ano.
Economistas consultados pelo DCI projetam IPCA entre 3,4% e 3,7% para este ano. O cenário reforça a perspectiva de que o Banco Central realize um corte adicional na taxa básica de juros (Selic) no próximo mês. Ao listar os fatores que têm segurado a inflação em nível baixo, o professor de economia da Universidade de São Paulo (USP) Simão Silber comenta que a queda acumulada de 7% do Produto Interno Bruto (PIB), em 2015 e 2016, provocou enorme encolhimento na demanda e no crédito, fazendo com que ficasse praticamente “impossível” para as empresas repassarem seus custos para os preços dos produtos.
Esse processo, ao lado do aumento exponencial da taxa de desemprego, derrubou a inflação de serviços que, geralmente, acumulava variações acima do IPCA oficial. “Ainda vemos uma inércia muito forte no setor [de serviços], resultado do efeito defasado que o desemprego tem sobre os preços”, observa o economista da Tendências Consultoria Mário Milan, que revisou de 4,1% para 3,7% a estimativa de inflação.
O economista da Mongeral Aegon Investimentos Breno Martins reforça que o núcleo da inflação de serviços está rodando em 3,5%, próxima ao núcleo do IPCA cheio, que está 3%, algo que não costumava acontecer.
Fonte: DCI São Paulo