Após registrar em maio aumento de 0,19% – o primeiro desde janeiro (0,46%) – o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas (Fipe) deve subir 0,57% em junho, de acordo com o coordenador do índice, Guilherme Moreira.
Ele explicou que o IPC deve refletir de forma mais intensa os efeitos da greve dos caminhoneiros sobre a oferta de produtos. No mesmo mês de 2017, o indicador da inflação paulistana subiu 0,05%.
Moreira avaliou que maio já foi completamente "atípico" por causa do impacto da greve. Segundo ele, apenas a gasolina (3,67%) e a batata (19,39%), que sofreram bastante com a restrição da oferta, responderam por mais de 70% da alta do índice na última quadrissemana, com 46% e 25%, respectivamente. Na terceira leitura, o IPC-Fipe teve aumento de 0,01%, enquanto, em abril, queda de 0,03%.
"Se não fossem esses dois itens, o IPC teria continuado bem próximo de zero. Até porque ainda há muitos itens com peso alto caindo. E há acumulado do ano baixíssimo", diz.
Para junho, a gasolina deve desacelerar a alta, embora deva continuar elevada com a perspectiva de manutenção de reajustes diários dos preços. Moreira destaca que, em 12 meses, o combustível acumula 22% de aumento e, no ano, 6,39%. Assim, Transportes deve ter alívio ligeiro de maio (0,59%) para junho (0,43%), conforme a projeção da Fipe. Em abril, houve alta de 0,05%. Em Alimentação, ele estima alta 1,55% este mês. O item saiu de -0,10% em abril para 0,62% em maio.
Fonte: Estadão Conteúdo