À espera da retomada efetiva do varejo e refém da confiança do consumidor, cerca de 92% dos supermercadistas do Estado de São Paulo acham que o nível atual da taxa de juros ainda está alta. Há ainda um alto grau de pessimismo tanto com o governo federal (69%) quanto o estadual (62%).
Os dados fazem parte uma pesquisa de confiança do empresário do ramo alimentar do Estado de São Paulo, levantados mensalmente pela Associação Paulista de Supermercados. De acordo com o estudo, outro sintoma deste momento de incerteza é refletido no indicador que mede a intenção de contratar novos funcionários no curto prazo.
Para 85% dos entrevistados, a tendência é manter o quadro de funcionários nos próximos meses. “Esses números são o reflexo de todos os setores que não enxergam motivo para ampliação de vendas ou de suas operações com este cenário recessivo”, diz o economista da APAS, Thiago Berka.
Quando perguntado sobre a intenção de contratação imediata nenhum respondente afirmou pretender abrir vagas.
Quando analisado o futuro, 15% dos varejistas alimentares pretendem fazer contratações próximos meses, o que pode significar a abertura de vagas temporárias tanto para o período da Black Friday quanto para o Dia das Crianças.
Com relação as vendas, 23% dos entrevistados apontaram queda nos negócios em agosto, enquanto 38% reportaram aumentos entre 2% e 4%. “Nota-se cada vez mais no setor supermercadista que a divisão entre ganhadores e perdedores é nítida, ou seja, há empresas indo bem e outras indo mal. Essa divisão varia muito da localização da loja, a concorrência que enfrentam, o poder de negociação com fornecedores, entre outros fatores”, avaliou o economista da APAS.
Na análise geral, o indicador de confiança da entidade ficou em 23,5% dos respondentes otimistas. Em julho o nível girava em torno de 16%.
Fonte: DCI