Levados pela “onda natalina” que domina o ambiente para o consumo no final do ano, cerca de 23% dos brasileiros devem se endividar para garantir presentes. Quando a conta do presente fica maior que o previsto, as despesas que são “jogadas para frente” são, em geral, TV paga, cartão de crédito, internet, água e luz .
Os dados, que fazem parte de um levantamento do Clube Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), apontam que a proporção de brasileiros que costumam gastar mais do que podem no período natalino saltou de 16,3% em 2017 para 19,1% em 2018. “Embora o Natal seja uma data tradicional, as pessoas precisam ter cautela ao sair gastando sem controle”, comentou a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti,
Ela ressalta que, no caso da opção de deixar alguma conta de lado para garantir presentes ou as ceias de fim de ano, a orientação é que se priorize o pagamento dos cartões de crédito, já “ que possuem altas taxas de juros e pode comprometer o orçamento”. Segundo com a pesquisa, 15,1% dos entrevistados ainda estão com o nome sujo em função das compras do ano passado.
Histórico de compra
Segundo a pesquisa da CNDL, que foi feita em parceria com a SPC Brasil cerca de 23% dos entrevistados ficaram com o nome sujo em 2018 por conta dos gastos excedentes no Natal do ano passado. De acordo com a pesquisa, o valor médio das dívidas foi de R$ 1.070.
Entre os entrevistados que já estão com planos de deixar de pagar alguma conta para garantir as festividades natalinas, 5% disseram que o farão para comprar presentes, outros 5% pretendem ficar inadimplentes para garantir a ceia de final de ano, cifra que fica em linha com os que vão gastar a mais para participar de festas de final de ano.
Além disso, dados da pesquisa apontam que 28% dos consumidores que vão comprar presentes este ano possuem contas em atraso atualmente — registrando queda de 6 pontos percentuais em relação ao ano passado. “O ideal é não extrapolar os gastos e adotar um comportamento que esteja de acordo com sua realidade financeira. Se a pessoa acumula dívidas, assumir novos compromissos poderá piorar ainda mais este quadro”, avalia o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli. O especialista também recomenda que seja feito um planejamento prévio para evitar o processo de endividamento.
Fonte: DCI