Em meio à crise envolvendo o filho Flávio, o presidente Jair Bolsonaro embarca neste domingo à noite para sua primeira viagem ao exterior levando na bagagem a expectativa de conquistar o respeito da comunidade econômica internacional e de ser reconhecido como um novo líder político da América Latina. No Fórum Mundial de Davos, na Suíça, ele defenderá a "refundação da economia brasileira por bases liberais" com o apoio popular conquistado graças à sua agenda conservadora, além de participar de discussões sobre a Venezuela.
Bolsonaro discursará, na terça, na abertura da sessão plenária do evento, na condição de primeiro chefe de Estado do hemisfério sul a inaugurar o fórum. Na quarta-feira, o presidente brasileiro também será o primeiro a se apresentar no jantar com chefes de Estado de países latino-americanos.
Os discursos que estão sendo preparados para Bolsonaro têm como objetivo sinalizar que a agenda econômica, que inclui as reformas da previdência e tributária, a abertura comercial e a atração de investimentos, é um compromisso do governo brasileiro. De acordo com um auxiliar do presidente, a mensagem é defender a refundação da economia brasileira em bases liberais. Bolsonaro argumentará que isso só será possível graças a uma mobilização popular construída graças à sua agenda conservadora. Há a expectativa de que, durante a viagem, Bolsonaro apresente pelo menos parte do projeto de reforma da Previdência. O desafio é reafirmar ao mundo que o Brasil é uma democracia sólida e uma ótima oportunidade de investimento.
Já no encontro com líderes latino-americanos, Bolsonaro voltará a defender empenho na luta pelo fim do regime de Nicolas Maduro, na Venezuela. Tema recorrente durante sua campanha, o país vizinho também esteve na pauta dos primeiros dias do governo. A Venezuela foi um dos assuntos com o presidente argentino Mauricio Macri, na última quarta-feira. No dia seguinte, Bolsonaro recebeu opositores de Maduro e gravou um vídeo aos venezuelanos, prometendo que a solução para a crise do país "virá brevemente." Também estão previstas a participação de Bolsonaro em debates sobre globalização, tecnologia e inovação.
A comitiva presidencial para a Suíça é composta por cinco ministros: Augusto Heleno (Segurança Institucional), Sérgio Moro (Justiça), Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral), Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Paulo Guedes (Economia). Também viajam no avião presidencial o deputado e filho Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o assessor especial Filipe Martins (responsável pelos discursos), Marcos Troyjo (secretário de Comércio Exterior) e Mario Vilalva (presidente da Apex).
Fonte: O Globo - Rio de Janeiro