As vendas do varejo cresceram 1% em julho, muito acima das previsões. A mediana era de 0,2%, e alguns até apontavam uma queda no mês. Foi o terceiro dado positivo seguido da pesquisa do IBGE, que reduz o pessimismo sobre o trimestre. Especialistas já comentavam o risco de o PIB encolher entre julho e setembro. Mas o forte dado do comércio esvazia essa previsão. O desempenho no varejo ainda foi fortalecido pela revisão para melhor feita no dado de junho, de alta de 0,1% para 0,5%.
No mês, a maior contribuição veio das vendas de supermercados (1,3%), que têm o maior peso entre as atividades. O grupo Móveis e eletrodomésticos (1,6%), e produtos de uso pessoal e domésticos (2,2%) também puxaram o resultado.
Nos recortes mais longos, o desempenho também é positivo. Na comparação com julho de 2018, as vendas saltaram 4,3%. O acumulado em 12 meses registra alta de 1,6%.
O comércio vinha numa gangorra desde os anos de recessão. É preciso mais dados positivos para cravar que o varejo tem mesmo uma nova tendência de recuperação. Com o crescimento dos últimos meses, as vendas voltaram ao mesmo patamar de 2015. Elas ainda estão 5,3% abaixo do pico da série, de outubro de 2014.
Na série ampliada, que considera o segmento automotivo e o de material de construção, julho teve alta de 0,7%. No confronto com um ano antes, as vendas saltaram 7,6%. Voltou, assim, ao nível de 2015. Mas continua distante (-8,9%) do auge.
Fonte: O Globo