A maior oferta de crédito pelas instituições financeiras leva mais consumidores a buscar algum tipo de modalidade, seja empréstimo, seja financiamento, crediário ou cartão de crédito, mas os juros são considerados muito altos. Indicador de Uso de Crédito aponta que 49,4% dos brasileiros recorreram a alguma dessas modalidades em agosto. O resultado representa aumento de 7,7 pontos percentuais em comparação com o mesmo período do ano passado (41,7%), segundo pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
Entre as modalidades, o cartão de crédito foi citado por 44% dos entrevistados, se mantendo como a forma mais usada. Em seguida, surgem o crediário (11%), o empréstimo (8%) e cheque (7%). O indicador, que mede o uso das principais modalidades de crédito adotadas pelo consumidor, atingiu 32,4 pontos ante 26,9 em igual mês do ano passado. Pela metodologia, o número varia de zero a 100: quanto mais próximo de 100, maior o uso das modalidades.
Em nota, o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, avalia que, com o aumento de 11% em 12 meses na concessão de crédito para o consumidor, de acordo com dados do Banco Central, a tendência é de que o número de pessoas que utilizam crédito alcance o maior nível desde janeiro de 2017. “Com o cadastro positivo em operação e a expansão da atuação das fintechs (as startups financeiras), o mercado de crédito deve entrar em novo momento, o que permitirá crédito mais abundante na economia, com taxas de juros menores”, explica o presidente.
Entre os consumidores ouvidos, 14% tiveram crédito negado em agosto (ante 17,6% em agosto de 2018), principalmente por estarem com nome nos cadastro de devedores (4%) ou por falta de comprovação de renda (3%). Outros 3% não foram informados sobre o motivo da recusa e não souberam declarar a causa.
Embora o Banco Central venha reduzindo a taxa Selic, que atualmente está em 5,5% ao ano, remunerando os títulos do governo no mercado financeiro e servindo de referência para as operações nos bancos e no comércio, a percepção de 38% dos entrevistados é a de que os juros aumentaram nos empréstimos, financiamentos e cartões de crédito nos últimos três meses.
Calote recorde
O número de micro e pequenas empresas inadimplentes alcançou 5,5 milhões em julho último, o maior desde março de 2016, informou a empresa de serviços financeiros Serasa Experian. Houve aumento de 0,6% em comparação com junho. Em relação ao mesmo mês do ano passado, houve avanço de 5,6%. A inadimplência cresceu mais no setor de Serviços, com variação de 9,6% ante julho de 2018. O segmento representa atualmente 48,4% das dívidas. Em seguida, estão o comércio e a indústria, ambos com acréscimo de 2%. Esses dois setores representam 42,8% e 8,3% dos estabelecimentos inadimplentes, respectivamente.
Fonte: Estado de Minas