A expectativa de inflação dos consumidores brasileiros para os 12 meses seguintes foi para 5% em janeiro, ou 0,2 ponto acima da taxa anterior, interrompendo a tendência de queda iniciada em agosto de 2019, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV), responsável pelo levantamento. Em relação ao mesmo mês de 2019, houve estabilidade nas expectativas.
“Após permanecer por dois meses consecutivos no nível mínimo da série histórica, a expectativa de inflação dos consumidores aumentou nas faixas de renda mais baixas, onde a alta no preço das carnes tem maior relevância devido ao seu maior peso na cesta de consumo desses consumidores. Como parte das expectativas se baseiam em inflação passada, é esperado que esse efeito se dissipe nos próximos meses”, diz Renata de Mello Franco, economista da FGV.
Analisando a frequência da inflação prevista por faixas de respostas, a parcela dos consumidores que projetam valores abaixo da meta de inflação atual (4,0%) diminuiu, de 52,4% em dezembro de 2019 para 48,4% em janeiro de 2020. Por outro lado, a proporção de consumidores projetando dentro dos limites inferior e superior da meta de inflação (entre 2,5% e 5,5%) para 2020 aumentou, de 63,5% para 64,7%, a maior parcela nos últimos seis meses.
Na análise por faixas de renda, não houve variação das expectativas de inflação apenas para as famílias com renda familiar mensal acima de R$ 9,6 mil, permanecendo estável em 4,0% desde setembro de 2019. Na outra ponta, para os consumidores com renda mais baixa, até R$ 2,1 mil, a expectativa mediana aumentou 0,4 ponto, para 5,8%, influenciada pela alta da carne, segundo a FGV.
A expectativa para a inflação nos próximos 12 meses faz parte da Sondagem do Consumidor realizada mensalmente pela FGV com mais de 2,1 mil entrevistados em sete capitais do país (Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Brasília e Recife), em geral, nas três primeiras semanas de cada mês. Aproximadamente 1,6 mil entrevistados respondem a respeito da expectativa para os preços todos os meses, segundo a FGV. Essa sondagem foi realizada entre os dias 2 e 21 de janeiro.
Fonte: G1