A produção da indústria brasileira recuou em 7 de 15 locais pesquisados em 2019, segundo dados divulgados nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
As quedas mais intensas foram nas indústrias do Espírito Santo (-15,7%) e Minas Gerais (-5,6%). Região Nordeste (-3,1%), Bahia (-2,9%), Mato Grosso (-2,6%), Pernambuco (-2,2%) e Pará (-1,3%) registraram as demais taxas negativas.
Desde 2016, quando apenas o Pará encerrou o ano com a indústria operando no campo positivo, não se observava quedas tão disseminadas entre as regiões pesquisadas, segundo o IBGE.
"O resultado negativo em Minas decorre da menor produção do minério de ferro, logo após rompimento da barragem de Brumadinho. Já a indústria capixaba foi influenciada pela situação em Minas e também pela menor produção de óleos brutos de petróleo e gás natural, e pela queda no setor de celulose, mercado que anda saturado", disse o analista da pesquisa, Bernardo Monteiro.
Já as maiores altas em 2019 foram no Paraná (5,7%), Amazonas (4,0%) e Goiás (2,9%). Rio Grande do Sul (2,6%), Rio de Janeiro (2,3%), Santa Catarina (2,2%), Ceará (1,6%) e São Paulo (0,2%) também mostraram taxas positivas no acumulado no ano.
Na média geral do país, a produção industrial recuou 1,1% em 2019, depois de 2 anos seguidos de expansão, conforme divulgado anteriormente pelo IBGE. A queda no ano passado foi puxada principalmente pela indústria extrativa, que registrou um tombo de 9,7%, pressionada pelos itens de minério de ferro.
Veja o resultado de cada uma das regiões:
· Amazonas: 4%
· Pará: -1,3%
· Região Nordeste: -3,1%
· Ceará: 1,6%
· Pernambuco: -2,2%
· Bahia: -2,9%
· Minas Gerais: -5,6%
· Espírito Santo: -15,7%
· Rio de Janeiro: 2,3%
· São Paulo: 0,2%
· Paraná: 5,7%
· Santa Catarina: 2,2%
· Rio Grande do Sul: 2,6%
· Mato Grosso: -2,6%
· Goiás: 2,9%
Rio de Janeiro e São Paulo
A indústria do Rio de Janeiro cresceu 2,3% em 2019, puxada pelo impacto do setor extrativo, devido ao aumento na produção de petróleo e gás natural.
Já em São Paulo, que concentra o maior parque industrial do país, houve alta de apenas 0,2%, com destaque para o setor de máquinas e equipamentos.
Segundo o gerente da pesquisa, André Macedo, é um resultado próximo de uma estabilidade. "É um comportamento diferente do [resultado geral] Brasil, já que a indústria extrativa, que puxou a queda da indústria geral, não está presente. É um resultado alinhado, embora na margem, com a indústria de transformação no âmbito nacional", avaliou.
Paraná registra maior alta
O estado do Paraná registrou o melhor desempenho industrial de 2019, favorecido pelo aumento na produção de automóveis e caminhões e pela produção de carnes.
Em dezembro, indústria recua em 12 dos 15 locais
Considerando apenas o mês de dezembro de 2019, 12 dos 15 locais pesquisados mostraram taxas negativas na comparação com novembro. As quedas mais intensas foram de Mato Grosso (-4,7%); Rio de Janeiro (-4,3%) e Minas Gerais (-4,1%). Os maiores avanços foram no Paraná (4,8%) e no Pará (2,9%).
Segundo o IBGE, o maior impacto negativo partiu do Rio de Janeiro "sob influência negativa do setor de refino de petróleo". Foi o pior resultado mensal da indústria fluminense desde junho, quando houve retração de 6,5%.
Na comparação com dezembro de 2018, sete dos 15 locais pesquisados tiveram resultados negativos. Espírito Santo (-24,8%) e Minas Gerais (-13,6%) assinalaram os recuos mais intensos. Já os maiores avanços foram registrados no Amazonas (12,2%), Rio de Janeiro (4,5%) e Ceará (4,5%).
A queda de 13,6% da indústria mineira foi a mais intensa desde janeiro de 2016, quando caiu 17,8%.
Fonte: G1