O volume de serviços do Brasil apresentou em fevereiro a queda mais acentuada em mais de um ano e meio depois de mostrar recuperação no início do ano, ampliando as preocupações para o setor em meio ao surto de coronavírus.
O setor de serviços apresentou queda de 1,0% no volume em fevereiro na comparação com o mês anterior, após alta revisada para baixo de 0,4% em janeiro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ontem.
Esse foi o resultado mais fraco desde julho de 2018 (-3,1%) e contrariou a expectativa em pesquisa da Reuters de leve aumento de 0,1%. Também é a maior queda para meses de fevereiro desde 2016.
Na comparação com o mesmo período do ano anterior, houve ganho de 0,7%, bem abaixo da expectativa de alta de 2,1%. “A queda na margem, depois de três quedas e apenas uma alta, sugere que o setor de serviços perde o movimento de reação que ensaiava no fim de 2019”, disse o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.
A epidemia de coronavírus fechou muitas empresas e deixou trabalhadores em isolamento em casa, o que provoca fortes incertezas sobre a economia e o mercado de trabalho e mina qualquer chance de recuperação do setor de serviços.
Os efeitos mais concretos dessas medidas devem aparecer nos resultados de março sobre as atividades econômicas do País. “Ainda é cedo para cravar que já há efeito da pandemia no setor de serviços, os impactos mais claros serão sentidos em março”, completou Lobo.
“Vamos ter em março perdas importantes em transportes de carga e coletivo e aeroportos, hotéis, bares e restaurantes, administração de shoppings”, completou.
“O que a gente imagina agora é uma queda expressiva em março e uma continuidade da queda em abril e maio, a depender da quarentena e como vão sobreviver as empresas pós-Covid-19”.
Entre as cinco atividades pesquisadas em fevereiro, três tiveram queda no mês. Serviços profissionais, administrativos e complementares registraram perdas de 0,9%, enquanto os de informação e comunicação caíram 0,5%. O outro resultado negativo foi registrado por serviços prestados às famílias, de -0,1%.
Fonte: Diário do Comércio