Os economistas do mercado financeiro baixaram novamente a previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e, também, sua estimativa para a inflação.
As projeções fazem parte do boletim de mercado, conhecido como relatório "Focus", divulgado nesta segunda-feira (27) pelo Banco Central (BC). Os dados foram levantados na semana passada em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras.
Para o PIB de 2020, a expectativa de redução passou de 2,96% para 3,34%. Essa foi a décima primeira semana seguida de revisão para baixo do indicador.
Apesar da nova queda, a previsão do mercado para a contração do PIB brasileiro em 2020 ainda está abaixo da divulgada pelo Banco Mundial, que estima um tombo de 5%, e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que prevê queda de 5,3%.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
A nova redução da expectativa para o nível de atividade foi feita em meio à pandemia do novo coronavírus, que tem derrubado a economia mundial e colocado o mundo no caminho de uma recessão.
Nos últimos meses, tanto o Ministério da Economia quanto o Banco Central também revisaram suas estimativas e passaram a prever estabilidade (sem alta, mas também sem contração) do PIB neste ano.
Em 2019, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB cresceu 1,1%. Foi o desempenho mais fraco em três anos.
Para o próximo ano, a previsão do mercado financeiro para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) recuou de 3,10% para 3%.
Inflação abaixo do piso da meta
Segundo o relatório divulgado pelo BC, os analistas do mercado financeiro reduziram a estimativa de inflação para 2020 de 2,23% para 2,20%. Foi a sétima redução seguida do indicador.
A expectativa de inflação do mercado para este ano segue abaixo da meta central, de 4%, , também, do piso do sistema de metas - que é de 2,5% neste ano.
Pela regra vigente, o IPCA pode oscilar de 2,5% a 5,5% sem que a meta seja formalmente descumprida. Quando a meta não é cumprida, o BC tem de escrever uma carta pública explicando as razões.
A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).
Para 2021, o mercado financeiro manteve em 3,40% sua previsão de inflação. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,75% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2,25% a 5,25%.
Outras estimativas
Taxa de juros: o mercado continuou prevendo redução da taxa Selic nos próximos meses, que atualmente está em 3,75% ao ano. Os analistas seguem estimando um recuo para 3,25% ao ano no começo de maio, e um novo corte em meados de junho - para 3% ao ano - patamar no qual fecharia 2020. Para o fim de 2021, a expectativa do mercado caiu de 4,50% para 4,25% ao ano. Isso quer dizer que os analistas seguem estimando alta dos juros no ano que vem, embora em menor intensidade.
Dólar: a projeção para a taxa de câmbio no fim de 2020 ficou estável em R$ 4,80 por dólar. Para o fechamento de 2021, subiu de R$ 4,50 por dólar para R$ 4,55 por dólar.
Balança comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção em 2020 subiu de US$ 36,10 bilhões para US$ 37,65 bilhões de resultado positivo. Para o ano que vem, a estimativa dos especialistas do mercado caiu de US$ 35,60 bilhões para US$ 35,50 bilhões.
Investimento estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil, em 2020, subiu de US$ 71 bilhões para US$ 72 bilhões. Para 2021, a estimativa dos analistas permaneceu em US$ 80 bilhões
Fonte: G1