Ao todo, 93% das empresas mineiras sofreram queda no faturamento devido à pandemia do novo coronavírus (Covid-19) e os seus reflexos na economia, incluindo as medidas de isolamento social como forma de combate à doença. Os dados foram divulgados pela Federação das Câmaras Dirigentes Lojistas de Minas Gerais (FCDL-MG).
A pesquisa da entidade revela também que 37,6% das empresas têm uma expectativa de queda nas vendas de 31% a 40%. Além disso, 17,9% afirmam um decréscimo de 91% a 100% nas comercializações. Já 12,7% dizem haver um recuo de 21% a 30%, Outros 8,9% dos entrevistados apostam em uma diminuição de 81% a 90%,
Segundo o estudo, 82% das lojas estão fechadas por causa das medidas restritivas, enquanto outros 18% não estão nessa situação por prestarem serviços essenciais ou por efetuarem vendas virtualmente.
Quando o assunto é o que mais impactou as vendas, 60% destacam que foi o fechamento do comércio. Já 28% ressaltam a alteração no fluxo de pessoas, 9% a dispensa temporária e 3% o escalonamento da equipe.
Conforme frisa o economista da entidade, Vinícius Carlos, além do fechamento obrigatório de determinados estabelecimentos, as pessoas têm tido medo de saírem às ruas para fazer compras, o que impacta bastante o cenário econômico das empresas atualmente.
Preparo – O estudo da entidade também perguntou aos empreendimentos se eles estavam preparados para uma crise dessa magnitude. Embora 63% tenham afirmado que não, 37% disseram que sim.
De acordo com Vinícius Carlos, os negócios que afirmam que estavam preparados têm algo em comum: acompanhavam as notícias internacionais e a expansão do novo coronavírus (Covid-19) pelo mundo.
“A pandemia não veio de uma vez. Já havia informações lá de fora. É preciso fazer análises não só do ambiente interno, mas também do ambiente externo. Algumas empresas fizeram isso e conseguiram se reestruturar e se reinventar”, destaca.
Uma das formas de adaptação foi a utilização do delivery. Segundo os dados da FCDL-MG, 32% dos empreendimentos o implantaram. O economista da entidade ressalta que empresas maiores, que já contavam com o comércio eletrônico, saíram à frente, mas isso não quer dizer que os pequenos não possam adotar também essa ação, pelo contrário. E foi o que muitos fizeram.
Por falar em reinvenção e novas estratégias, 4% das empresas afirmam, inclusive, que estão tendo crescimento das vendas durante esse período de crise e pandemia. “Elas estão sabendo usar esse cenário adverso como oportunidade. Muitas empresas não se preocupavam com entrega, hoje tem de levar a loja para o consumidor”, salienta Vinícius Carlos.
Acerca de como ficará o mercado no futuro, o economista da FCDL-MG destaca que existe uma demanda reprimida muito grande atualmente. “A gente espera que as vendas voltem maiores. O consumidor quer sair, quer fazer compras”, destaca.
Além disso, os estabelecimentos também não deverão mais ser os mesmos. “Irão aprimorar a sua forma de venda de acordo com o que estamos aprendendo com a pandemia. Não deverão mais apostar as fichas num lugar só, mas, sim, diversificar o negócio, diversificar a maneira de tratar o consumidor, de uma forma mais customizada”, avalia.
Fonte: Diário do Comércio