A crise gerada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19) na economia levou a acentuada queda na abertura de empresas em abril, segundo o Ministério da Economia, que divulgou ontem o Boletim do Mapa de Empresas.
Em abril deste ano, foram abertas 189.878 empresas, queda de 29,5% na comparação com igual mês de 2019. Por outro lado, os fechamentos de empresas chegaram a 58.623, queda de 41,1% na comparação com abril de 2019 (99.468).
Segundo o secretário especial adjunto de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Gleisson Rubin, uma das possibilidades para a queda na extinção de empresas pode ser o fechamento de juntas comerciais devido à necessidade de isolamento social ou a postergação da decisão dos empreendedores em virtude das medidas de socorro às empresas anunciadas pelo governo.
De acordo com o secretário, ainda é preciso esperar os próximos resultados para verificar a tendência para a abertura e fechamento de empresas. “Abril foi o mês com maiores percentuais de isolamento social, consequentemente o efeito sobre a atividade econômica foi mais severo. Já em maio nós observamos o início da retomada da atividade produtiva e isso pode vir a impactar os indicadores de abertura de empresa e também o fechamento”, argumentou.
De janeiro a abril, foram abertas 1.038.030 empresas, o que representa aumento de 1,2% em relação ao último quadrimestre de 2019 e queda de 1,1% quando comparado com o primeiro quadrimestre de 2019. No mesmo período, foram fechadas 351.181 empresas, queda de 6,6% no quantitativo de empresas fechadas se comparado com o último quadrimestre de 2019 e recuo de 12% em relação ao mesmo período no ano anterior.
Com esses resultados, o saldo positivo ficou em 686.849 empresas abertas, recorde na série histórica iniciada em 2010. O número total de empresas ativas chegou a 18.466.444.
Segundo Rubin, o resultado do quadrimestre indica que o período anterior à pandemia “mostrava forte retomada a atividade empreendedora”.
Estados
São Paulo é o estado com o maior número de empresas no Brasil, com 5,2 milhões, sendo 295 mil abertas no primeiro quadrimestre de 2020. Em seguida aparecem Minas Gerais com quase 2 milhões de empresas, 115 mil abertas no 1° quadrimestre, e o Rio de Janeiro com 1,7 milhão das quais 101 mil foram abertas no período.
Mato Grosso foi o que apresentou o maior crescimento percentual de empresas abertas no primeiro quadrimestre de 2020, com aumento de 19,1% em relação ao último quadrimestre de 2019 e 5,8% quando comparado com o primeiro quadrimestre de 2019. Por outro lado, o estado de Pernambuco registrou a maior queda: 10,9% em relação ao último quadrimestre de 2019 e queda de 2,1% em relação ao primeiro quadrimestre de 2019. O estado de São Paulo registrou o maior número de empresas fechadas: 97 mil empresas.
O tempo para abertura de uma empresa no país é, em média, de 3 dias e 21 horas, uma melhora, com redução de 14 horas (13,1%) em relação ao último quadrimestre de 2019. O Distrito Federal foi a unidade da federação que apresentou o menor tempo de abertura de empresas neste primeiro quadrimestre de 2020: 1 dia e 1 hora, uma diminuição de 2 dias e 7 horas (68,8%) em relação ao último quadrimestre de 2019.
No mesmo período, a Bahia registrou o maior tempo de abertura de empresas no Brasil: dez dias e oito horas, ainda assim há uma diminuição de quadro dias e oito horas (29,5%) em relação ao último quadrimestre de 2019.
Entre as atividades mais exploradas pelas empresas abertas estão cabeleireiros, manicure e pedicure, com 55.984 empresas abertas, crescimento de 9,1% em relação ao último quadrimestre de 2019 e queda de 7% em relação ao primeiro quadrimestre do ano passado. Nesse segmento, foram 825.026 empresas ativas.
O comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios teve 51.064 empresas abertas, queda de 14,4% em relação ao 3° quadrimestre de 2019 e de 14,6% em relação ao 1° quadrimestre do ano passado. São 1.101.983 empresas ativas.
No caso da promoção de vendas, foram 43.275 empresas abertas, queda de 2,6% em relação ao 3° quadrimestre do ano passado e crescimento de 13,5% em relação ao primeiro quadrimestre de 2019, com 364.780 empresas ativas.
Fonte: Diário do Comércio