O Índice de Confiança do Comércio (Icom) caiu 11,7 pontos na passagem de fevereiro para março, para 88,1 pontos, informou na quarta-feira (25/03), a Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado representou a maior queda já registrada em toda a série histórica, iniciada em abril de 2010. No índice de médias móveis trimestrais, o indicador recuou 2,9 pontos em março.
A queda da confiança do comércio em março é um primeiro sinal do impacto da pandemia de coronavírus no setor. A forte queda foi decorrente da revisão de expectativas por parte dos empresários, que se mostram preocupados com o rumo dos negócios nos próximos meses, avaliou, em nota, Rodrigo Tobler, coordenador da da Sondagem do Comércio no Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV).
"Por outro lado, a melhora do Índice de Situação Atual foi tímida e concentrada em alguns segmentos, como hiper e supermercados e artigos farmacêuticos. No curto prazo, a expectativa ainda é de redução do ritmo de vendas, principalmente nesse período onde há necessidade de fechamento do comércio e isolamento dos consumidores", afirmou.
Em março, houve piora na confiança em todos os seis segmentos pesquisados. O Índice de Expectativas (IE-COM) despencou 24,3 pontos, para 82,7 pontos, o menor patamar desde maio de 2016 (80,9 pontos). Houve deterioração das expectativas em relação às vendas e à tendência dos negócios nos próximos meses em todos os segmentos, mas a queda foi mais forte no comércio de veículos e de móveis e eletrodomésticos.
Já o Índice de Situação Atual (ISA-COM) subiu 1,3 ponto, para 93,9 pontos. O componente que mede o volume de demanda atual avançou 6,1 pontos, para 97,6 pontos. A coleta de dados para a edição de março da Sondagem do Comércio foi realizada entre os dias 2 e 20 do mês e obteve informações de 798 empresas.
Fonte: Diário do Comércio