O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), considerado uma "prévia" informal do PIB (Produto Interno Bruto), registrou alta de 1,31% em maio, em relação a abril, segundo dados divulgados hoje pelo Banco Central. Na comparação com maio de 2019, o indicador teve queda de 14,24%, impactado pela pandemia do coronavírus, que provocou a paralisação de diversos setores da economia durante grande parte do mês.
Os dados mostram que a atividade econômica voltou a crescer em maio, depois de dois meses de encolhimento recorde, indicando que abril foi o pior mês para a economia do país. A queda foi de 9,45% em abril e de 6,14% em março. No ano, o IBC-Br acumula baixa de 6,08%. Em 12 meses, o índice acumula perda de 2,08%.
Resultado reflete medidas de flexibilização
"O aumento da atividade real em maio deveu-se ao relaxamento gradual dos protocolos de distanciamento social e medidas para restringir a atividade e movimento", afirmou o economista do Goldman Sachs Alberto Ramos. "Embora a pandemia ainda precise ser controlada, dados recentes e algumas de nossas métricas sugerem que a atividade atingiu o fundo do poço e chegou a um ponto de inflexão em algum momento em meados de abril", completou. A epidemia de coronavírus fechou empresas, lojas e produção e ainda manteve pessoas em isolamento social, levando a perspectivas de recuo histórico para a economia brasileira neste ano.
O mês de maio já registrou algum retorno da produção econômica, embora ainda em níveis insuficientes para recuperar as perdas anteriores, conforme as medidas de isolamento social começaram a ser gradualmente flexibilizadas.
Indústria e comércio crescem; serviços encolhem
No mês, a produção industrial do Brasil aumentou 7%, mas ficou longe de reverter a queda de 26,3% acumulada nos meses de março e abril. As vendas no varejo registraram aumento recorde em maio, de 13,9%, mas também recuperaram apenas parte das perdas dos dois meses anteriores. Por sua vez, o setor de serviços continuou registrando perdas.
Governo estima queda de 4,7% no ano
O Ministério da Economia deve divulgar nesta semana novas estimativas para a economia, mas por enquanto a projeção oficial segue de queda de 4,7% para o PIB este ano, enquanto o BC calcula queda de 6,4%. Já o FMI (Fundo Monetário Internacional) passou a ver uma queda de 9,1% para a economia brasileira neste ano. A pesquisa Focus mais recente do Banco Central mostra que o mercado estima recuo de 6,1% para a economia em 2020, com crescimento de 3,5% em 2021.
BC-Br
O indicador do BC é visto pelo mercado como uma antecipação do resultado do PIB. Ele é divulgado mensalmente pelo Banco Central, enquanto o PIB é divulgado a cada três meses pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O IBC-Br serve de base para investidores e empresas adotarem medidas de curto prazo. Porém, não necessariamente reflete o resultado anual do PIB e, em algumas vezes, distancia-se bastante. O indicador do BC leva em conta a trajetória das variáveis consideradas como bons indicadores para o desempenho dos setores da economia (agropecuária, indústria e serviços). A estimativa incorpora a produção estimada para os três setores, acrescida dos imposto sobre produtos. O PIB calculado pelo IBGE é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país durante certo período.
Fonte: Uol