Assim que a Black Friday passar, a atenção dos consumidores começará a se voltar ao Natal. O grande ponto é: qual será o grau de interação entre o shopper e o varejo? Em um fim de ano tão singular, que vem na esteira de uma inesperada pandemia, o que se tem pela frente é um cenário difícil de prever, mas que, aos poucos, vai se revelando.
No fim de outubro, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) registrou um crescimento na Intenção de Consumo das Famílias (ICF) de 0,9%. Foi o segundo aumento seguido do índice, que chegou a acumular cinco quedas consecutivas em agosto deste ano.
De acordo com o presidente da confederação, José Roberto Tadros, "a maior satisfação das famílias reforça a evolução gradual, observada nos dados recentes do comércio". Em decorrência disso, o varejo tem sentido uma lenta recuperação nos últimos meses.
Na opinião do diretor de pesquisa econômica da Pezco Economics, Helcio Takeda, até que a pandemia esteja controlada, o consumo deve permanecer concentrado em itens como alimentos, produtos de higiene e limpeza, utensílios e artigos de decoração, além de móveis e eletrodomésticos. “No caso dos produtos de consumo regular, a expectativa é de continuidade da acomodação observada há alguns meses. O Natal, entretanto, pode levar ao crescimento pontual no consumo de alimentos, especialmente para preparo em casa.”
O economista ainda acredita que, embora a venda digital continue a subir, o desempenho das lojas físicas deve apresentar crescimento em relação ao mesmo período de 2019.
“A nossa expectativa é que as vendas no comércio varejista restrito (excluindo veículos e materiais de construção) cresçam cerca de 4,1% no último trimestre de 2020 em comparação com o mesmo período de 2019. Com isso, as vendas seriam 1% maiores em 2020. Para os meses de novembro e dezembro, projetamos crescimento de 4% e 3,3%, respectivamente, sobre o mesmo período de 2019.”
Para Takeda, nem mesmo o corte no auxílio emergencial deverá abalar o cenário de retomada. “A avaliação no cenário base é que o auxílio emergencial, ainda que reduzido, e o estoque de poupança por precaução compensem o efeito negativo da antecipação do décimo terceiro salário de aposentados e pensionistas, especialmente se o vírus da covid-19 estiver sob controle”, conclui.
Fonte: Super Varejo