O nível de atividade da economia brasileira apresentou expansão em novembro pelo sétimo mês seguido, segundo números divulgados nesta segunda-feira (18) pelo Banco Central.
O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) da instituição, considerado uma "prévia" do Produto Interno Bruto (PIB), teve alta de 0,59% em novembro, na comparação com outubro. O número foi calculado após ajuste sazonal, uma espécie de "compensação" para comparar períodos diferentes.
Na comparação com novembro do ano passado, porém, o indicador registrou uma contração de 0,83%, informou o Banco Central.
Com o crescimento registrado em novembro, o IBC-Br atingiu 137,41 pontos e permaneceu abaixo do patamar de fevereiro, ou seja, de antes da pandemia (140,02 pontos).
Além disso, os números apontam para uma desaceleração no ritmo de crescimento. Em outubro, a economia havia avançado mais: 0,75% (número revisado) na comparação com setembro.
Os resultados do IBC-Br refletem os efeitos da pandemia do novo coronavírus, sentidos com maior intensidade na economia em março e abril. De maio em diante, os números mostram o início de uma reação.
Ainda de acordo com o BC:
- No acumulado de janeiro a novembro do ano passado, o índice de atividade econômica registra retração de 4,63% - sem ajuste sazonal.
Números do PIB
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. O resultado oficial é divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo dados do IBGE, o PIB brasileiro avançou 7,7% no 3º trimestre do ano passado, na comparação com os três meses anteriores, mas ainda não eliminou as perdas com a pandemia.
Os economistas das instituições financeiras projetaram, na semana retrasada, uma queda de 4,37% para o resultado do PIB e 2020.
Em novembro, o governo brasileiro baixou a expectativa de recuo do PIB para 4,5% em 2020. Já o Banco Mundial prevê uma queda de 5,4% da economia no ano passado e, o Fundo Monetário Internacional (FMI), estima um tombo de 5,8% em 2020.
PIB x IBC-Br
Os resultados do IBC-Br são considerados uma "prévia do PIB". Porém, nem sempre mostraram proximidade com os dados oficiais do Produto Interno Bruto.
O cálculo dos dois é um pouco diferente - o indicador do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos.
O IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo BC para definir a taxa básica de juros do país. Com o menor crescimento da economia, por exemplo, teoricamente haveria menos pressão inflacionária.
Atualmente, a taxa Selic está em 2% ao ano, na mínima histórica, e o Banco Central indicou, no comunicado da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que pode voltar a subir os juros no ano que vem, como já é esperado pelo mercado financeiro.
Fonte: G1