O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, avançou 0,25% em janeiro, contra 1,35% em dezembro, segundo divulgou nesta terça-feira (9) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se da menor taxa mensal desde agosto de 2020 (0,24%).
Já a maior pressão veio mais uma vez do grupo Alimentação e bebidas, que registrou avanço de 1,02%, embora tenha desacelerado a alta na comparação com dezembro (1,74%).
"Após a vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2 em dezembro, passou a vigorar em janeiro a bandeira amarela. Assim, em vez do acréscimo de R$ 6,243 por cada 100 quilowatts-hora, o consumidor passou a pagar um adicional bem menor, de R$ 1,343. O que resultou em uma deflação (-1,07%) no grupo Habitação, do qual esse item faz parte", destacou o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.
Veja a inflação em janeiro para cada um dos 9 grupos:
Dos 9 grupos de produtos e serviços pesquisados, 7 tiveram avanço nos preços em janeiro. Confira:
- Alimentação e bebidas: 1,02%
- Habitação: -1,07%
- Artigos de residência: 0,86%
- Vestuário: -0,07%
- Transportes: 0,41%
- Saúde e cuidados pessoais: 0,32%
- Despesas pessoais: 0,39%
- Educação: 0,13%
- Comunicação: 0,02%
Além dos custos com habitação, outro grupo que registrou deflação em janeiro foi o de Vestuário (-0,07%), após alta de 0,59% em dezembro, quando as vendas do setor tradicionalmente se aquecem em razão das festas de final de ano.
Alta de 4,56% em 12 meses
Em 12 meses, o IPCA passou a acumular alta de 4,56%, acima dos 4,52% observados nos 12 meses anteriores e da meta central do governo para o ano, que é de 3,75%.
Cebola e tomate são destaques de alta
Entre os alimentos, os destaques de alta no mês de janeiro foram cebola (17,58%) e tomate (4,89%), que haviam recuado no mês anterior. No lado das quedas, houve queda nos preços de carnes (-0,08%), leite longa vida (-1,35%) e óleo de soja (-1,08%) - que acumulou alta de 103,79% em 2020.
Os alimentos para consumo no domicílio, que haviam subido 2,12% no mês anterior, desaceleraram a alta para 1,06% em janeiro, resultado influenciado especialmente pela alta menos intensa das frutas e pela queda no preço das carnes, segundo o IBGE.
Já a alimentação fora do domicílio seguiu movimento inverso, passando de 0,77% em dezembro para 0,91% em janeiro, pressionada principalmente pela alta do lanche (1,83%).
Meta de inflação e perspectivas para 2021
Para 2021, o mercado financeiro subiu de 3,53% para 3,60% a previsão para o IPCA, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central. Neste ano, a meta central de inflação é de 3,75% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2,25% a 5,25%.
Em 2020, pressionado pelos preços dos alimentos, o IPCA ficou em 4,52%, acima do centro da meta para o ano, que era de 4%, mas dentro do intervalo de tolerância. Foi a maior inflação anual desde 2016.
A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic), atualmente em 2% - mínima histórica.
Os analistas do mercado projetam uma Selic em 3,5% no final de 2021, o que pressupõe alta da Selic no decorrer do ano.
Fonte: G1