Mercado financeiro eleva estimativa de inflação para 4,6% em 2021 e prevê alta maior dos juros

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Os economistas das instituições financeiras elevaram a estimativa de inflação para 2021 pela décima semana seguida e também passaram a projetar uma alta maior dos juros básicos da economia.

As informações estão no boletim de mercado, conhecido como relatório "Focus", divulgado nesta segunda-feira (15) pelo Banco Central (BC). Os dados foram levantados na semana passada em pesquisa com mais de 100 instituições financeiras.

 

Para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, a expectativa do mercado para este ano passou de 3,98% para 4,60%.

Com o novo aumento, a expectativa de inflação do mercado continua acima da meta central deste ano, de 3,75%. Pelo sistema de metas, não haverá descumprimento se a inflação oscilar entre 2,25% e 5,25% em 2021.

 

A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).

Em 2020, pressionado pelos preços dos alimentos, o IPCA ficou em 4,52%, acima do centro da meta para o ano, que era de 4%, mas dentro do intervalo de tolerância. Foi a maior inflação anual desde 2016.

 

Para 2022, o mercado financeiro manteve em 3,50% a previsão de inflação. No ano que vem, a meta central de inflação é de 3,50% e será oficialmente cumprida se o índice oscilar de 2% a 5%.

 

Taxa básica de juros


O mercado financeiro também passou a prever uma alta maior dos juros básicos da economia, fixados pelo BC para controlar a inflação, neste ano.

 

Até a semana passada, os analistas do mercado estimavam uma alta da taxa Selic, atualmente em 2% ao ano, para 4% ao ano em dezembro de 2021. Nesta segunda-feira, o BC informou que o mercado passou a estimar uma alta maior, para 4,5% ao ano no fim de 2021.

 

Além disso, os analistas também passaram a projetar um aumento maior nos juros também nesta semana. A previsão é de que a taxa básica suba de 2% para 2,5% ao ano na próxima quarta-feira (17). Até então, o mercado previa um aumento para 2,25% ao ano.

Para o fechamento de 2022, os economistas do mercado financeiro mantiveram a expectativa de uma alta da Selic para 5,5% ao ano.

 

Expansão da economia


Sobre o comportamento da economia brasileira em 2021, os economistas do mercado financeiro reduziram a estimativa para a alta do Produto Interno Bruto (PIB) de 3,26% para 3,23% na semana passada.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.

Para 2022, o mercado baixou de 2,48% para 2,39% a estimativa de expansão do PIB.

 

A expectativa para o nível de atividade foi feita em meio à pandemia de Covid-19, que derrubou a economia mundial e colocou o mundo no caminho de uma recessão. Nos últimos meses, porém, indicadores têm mostrado uma retomada da economia brasileira.

 

Outras estimativas

 

  • Dólar: a projeção para a taxa de câmbio no fim de 2021 subiu de R$ 5,15 para R$ 5,30. Para o fechamento de 2022, avançou de R$ 5,13 para R$ 5,20 por dólar.
  • Balança comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção em 2021 permaneceu em US$ 55 bilhões de resultado positivo. Para o ano que vem, a estimativa dos especialistas do mercado continuou em US$ 50 bilhões de superávit.
  • Investimento estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano ficou estável em US$ 52,5 bilhões. Para 2022, a estimativa caiu de US$ 61,9 bilhões para US$ 60 bilhões.

 

Fonte: G1

 

 

 


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