Após três meses de queda, produção industrial cresce 1,4% em maio

Leia em 2min 40s

A produção industrial aumentou 1,4% na passagem de abril para maio, após três meses consecutivos de queda. Nesse período, houve perda acumulada de 4,7%. Com o resultado de maio, a indústria atingiu o mesmo patamar de fevereiro de 2020, no cenário de pré-pandemia de covid-19. Apesar do avanço, o setor ainda se encontra 16,7% abaixo do nível recorde registrado em maio de 2011.

 

O setor acumulou ganho de 13,1% no ano e de 4,9% nos últimos 12 meses. Na comparação com maio do ano passado, a produção industrial cresceu 24%, a segunda taxa mais elevada desde o início da série histórica da pesquisa, em janeiro de 2002. A mais alta foi registrada no mês passado (34,7%). É o nono mês consecutivo de crescimento nesse indicador.

 

Produtos alimentícios (2,9%), coque, derivados do petróleo e biocombustíveis (3%) e indústrias extrativas (2%) puxaram a alta no mês. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada hoje (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

O gerente da pesquisa, André Macedo, afirmou que o resultado positivo de maio não significa uma reversão do saldo negativo acumulado nos meses de fevereiro, março e abril. “Há uma volta ao campo positivo, mas está longe de recuperar essa perda recente que o setor industrial teve. Muito desse comportamento de predominância negativa nos últimos meses tem uma relação direta com o recrudescimento da pandemia, no início de 2021, que trouxe um desarranjo para as cadeias produtivas”, disse, em nota.

 

O pesquisador destacou que o desabastecimento de matéria-prima e o encarecimento dos custos de produção estão entre as consequências sentidas pelo setor industrial. “Embora o resultado de maio na comparação com abril tenha sido positivo, quando olhamos o início de 2021 face ao recrudescimento da pandemia e todos os seus efeitos, o saldo ainda é negativo, haja vista que, quando pegamos outros indicadores, como o índice de média móvel trimestral, a leitura ainda é descendente”, disse. Em maio, o índice de média móvel trimestral caiu 0,8%.

 

Segundo o IBGE, o resultado positivo do índice geral em maio foi disseminado por 15 das 26 atividades analisadas pela pesquisa. “Esse número maior de atividades com crescimento está relacionado ao fato de termos, nos meses anteriores, um perfil bastante disseminado de atividades em queda. Isso faz com que haja uma volta natural ao campo de crescimento em função das quedas mais acentuadas nesses meses”, afirmou Macedo.

 

Outros resultados positivos vieram das atividades de metalurgia (3,2%), de outros produtos químicos (2,9%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (8%), de bebidas (2,9%) e de confecção de artigos do vestuário e acessórios (6,2%). Já as atividades que mais impactaram negativamente o índice foram produtos de borracha e de material plástico (-3,8%), máquinas e equipamentos (-1,8%) e produtos têxteis (-6,1%).

 

Segundo a pesquisa, houve avanço em duas das grandes categorias econômicas: bens de consumo semi e não-duráveis (3,6%) e bens de capital (1,3%). Já os setores produtores de bens de consumo duráveis (-2,4%) e de bens intermediários (-0,6%) recuaram em maio.


Fonte: Agência Brasil 


Veja também

CNI aumenta previsão de crescimento da economia para 4,9%, neste ano

A economia brasileira deve registrar crescimento de 4,9% neste ano, em comparação com 2020. A previs&atild...

Veja mais
IPC-S recua em cinco das sete capitais pesquisadas pela FGV

A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) recuou em cinco das se...

Veja mais
CNC: semestre fecha com maior percentual de endividados desde 2010

O primeiro semestre deste ano encerrou com um percentual de 69,7% das famílias brasileiras com alguma dívi...

Veja mais
Brasil cria 280,6 mil postos de trabalho formal em maio

O número de trabalhadores contratados com carteira assinada em maio deste ano foi maior que o total de demitidos ...

Veja mais
Inflação medida pelo IPC-S cai para 0,64% em junho, diz FGV

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) registrou uma inflação de 0,64% em junho es...

Veja mais
Confiança dos empresários atinge maior nível desde dezembro de 2013, aponta FGV

O Índice de Confiança Empresarial (ICE) subiu 4,3 pontos em junho, para 98,8 pontos, o maior nível ...

Veja mais
Indicador de Incerteza da Economia brasileira volta a subir em junho

O Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br) subiu 2,4 pontos em junho, para 122,3 pontos. Com o resultado, o indicador...

Veja mais
Menos da metade das pessoas em idade de trabalhar estão ocupadas

O nível de ocupação no país fechou o trimestre móvel encerrado em abril em 48,5%, fic...

Veja mais
Confiança do comércio cresce com melhora nas vendas

Continuidade do bom humor do empresário caminha lado a lado com a evolução da pandemia, diz FGV &n...

Veja mais