A trajetória de inflação na capital paulista mais uma vez foi impulsionada pelo comportamento do grupo alimentação, em razão dos alimentos in natura. O Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) passou de 0,06% para zero (estável) na capital paulista, entre a segunda e a terceira quadrissemana de outubro.
Segundo o economista da Fundação Getulio Vargas (FGV) André Braz, os preços na capital paulista pararam de subir devido à pressão exercida pela intensificação da queda de preços em frutas ao passar de queda 3,39% para 6,41% negativos.
De acordo com Braz, a influência da inflação das frutas foi tão grande que acabou por compensar, em parte, o impacto da perda de força na deflação dos preços de hortaliças e legumes (de -2,25% para -1,65%) na cidade. Ele comentou que a trajetória de preços deste segmento é praticamente uma exceção, visto que a maioria dos itens alimentícios no varejo está apresentando queda ou desaceleração de preços.
Segundo a FGV, das sete capitais pesquisadas, quatro apresentaram taxas de inflação menos intensas ou deflação mais forte no mesmo período.
A maior alta nos preços na terceira quadrissemana do mês de outubro foi registrada na capital gaúcha, Porto Alegre.
No caso de Belo Horizonte o índice passou de 0,15% para 0,02%, Brasília teve queda de 0,34% para 0,29% e Salvador teve um leve recuo ao passar de -0,05% para -0,06%. As capitais restantes apresentaram aceleração de preços ou deflação mais fraca no período. É o caso de Recife (de -0,37% para -0,16%), Rio de Janeiro (de 0,10% para 0,15%) e Porto Alegre (de 0,19% para 0,30%).
A capital fluminense teve o comportamento da inflação similar ao registrado em São Paulo. Mas com uma perda de força de forma mais intensa.
Para as próximas semanas, a tendência é de quedas menos intensas nos preços de alimentação do varejo, tanto no Rio de Janeiro como em São Paulo. Isso porque os itens já caíram muito, e agora a deflação começa a arrefecer neste segmento. "Isso pode ajudar a elevar a taxa do IPC-S no Rio e em São Paulo, nas próximas apurações", afirmou o economista.
Veículo: DCI