Pesquisa da Nielsen revela que quase a totalidade da população está aberta a utilizar recursos de automação, personalização e realizar aluguel de aparelhos
A BASES, unidade de negócios da NielsenIQ, líder em medição global e análise de dados, acaba de lançar a pesquisa “Novos modelos de negócios em bens duráveis – os consumidores estão prontos?” feita no Brasil, Alemanha, EUA e Índia, que mostra que, após a pandemia, 93% dos consumidores brasileiros estão abertos a experimentar novos modelos de consumo para bens duráveis – como eletrodomésticos e aparelhos eletrônicos. Na comparação com a média global entre os quatro países que participaram da pesquisa (75%), os consumidores brasileiros são os mais propensos a experimentar os novos modelos de consumo propostos. Dentro dos novos modelos apontados pela pesquisa estão automação, recursos de personalização, aluguel de produtos (leasing) e pagamento por uso (pay per use).
“Desde o início da pandemia do novo coronavírus, as vendas de bens duráveis aumentaram, devido à nova dinâmica do dia a dia das famílias, do trabalho remoto, entre outros aspectos. Isso levou a uma mudança no perfil de consumo dos brasileiros que analisamos por meio desta pesquisa”, explica Teo Senna, Innovation Business Partner Manager na NielsenIQ BASES. De acordo com o levantamento, 85% dos consumidores ouvidos no Brasil disseram ter comprado aparelhos eletrônicos desde o começo da pandemia. Sendo que, 42% das compras foram antecipadas e feitas em razão do distanciamento social.
Dentro da categoria de bens de consumo duráveis, os dados da pesquisa apontaram que os consumidores se vêem mais inclinados a experimentar novos modelos de consumo para aparelhos eletrônicos, dispositivos para casas conectadas, ou smart homes, eletrodomésticos de pequeno e grande porte (liquidificadores e refrigeradores, por exemplo) e pequenos aparelhos de cuidados pessoais.
Brasileiros querem mais automação
Os consumidores pesquisados demonstram interesse por uma variedade de novos modelos de consumo. Mas, o que mais atrai (26% dos respondentes) é o modelo de automação, no qual um aparelho ajusta automaticamente suas configurações/programa. “O consumidor espera que os aparelhos automatizados tragam mais eficiência ao dia a dia, economizando tempo e esforço. Posso citar como exemplo uma máquina de lavar louça que seleciona a temperatura e a duração do programa com base na análise do nível de sujeira da louça”, explica Senna.
Empatados em segundo lugar, cada um com 19% da preferência das pessoas ouvidas, estão produtos/serviços personalizados (como, por exemplo, um aparelho de cuidado pessoal que coleta e analisa dados e recomenda produtos, além de conectar a pessoa a uma comunidade de consumidores e profissionais); pagamento por uso (dispositivo/aparelho em que se pode ativar recursos por tempo determinado: um computador onde se pode ativar memória adicional por tempo limitado, por exemplo) e aluguel de produto, em que um aparelho é alugado e substituído pelo modelo mais novo após um período de tempo especificado, permitindo que se tenha sempre a tecnologia mais recente e garantindo a reciclagem do aparelho antigo.
Em último lugar, os consumidores brasileiros apontaram inclinação a experimentar o modelo de serviço de assinatura (16% dos respondentes), em que um aparelho tem a capacidade de encomendar suprimentos em baixa ou em falta: uma geladeira que encomenda mantimentos, ou uma escova de dentes elétrica que encomenda novos refis, por exemplo.
A personalização de produtos/serviços se foca em beleza e cuidados pessoais
O Brasil, apontado como quarto maior mercado mundial de beleza e cuidados pessoais, também mostrou no levantamento da BASES sua aptidão por estas áreas do consumo. Quando se fala no modelo de negócios de produtos/serviços com personalização, saíram à frente no interesse dos consumidores pesquisados os secadores de cabelo, massageadores faciais e aparelhos de cuidado pessoal, no geral.
Além de cuidados pessoais, outra forte característica do público brasileiro se sobressaiu durante a pesquisa: a conexão social. Dentre os quatro países pesquisados, Brasil e Índia mostraram interesse em se conectarem a outros consumidores ou profissionais. 85% dos consumidores brasileiros querem que a personalização nos eletrônicos seja capaz também de conectá-los a outros consumidores e/ou a profissionais para conselhos e dicas específicas.
As preferências dos consumidores são similares, globalmente
Um fato que a pesquisa demonstrou é que os consumidores dos quatro países vêem a automação como o novo modelo de consumo mais atraente, predominantemente nos países desenvolvidos: EUA (40%) e Alemanha (48%). No Brasil (26%) e na Índia (24%), apesar de também ser o modelo mais interessante, ele divide opiniões com os demais modelos. Ao mesmo tempo, o modelo de consumo que despertou menor interesse, no geral, entre os consumidores foi o serviço de assinatura. “Entendemos, a partir da opinião dos consumidores consultados que, neste caso, faltam uma necessidade do consumidor a ser atendida e a percepção de valor para que o modelo de serviço de assinatura seja mais atrativo aos consumidores dos EUA e Alemanha. Possíveis problemas com a qualidade do serviço e um suporte ao cliente deficiente surgem como barreiras no Brasil e na Índia”, analisa Teo Senna.
Na análise dos consumidores dos quatro países, a conclusão global do levantamento da NielsenIQ BASES aponta aos fabricantes de bens de consumo duráveis a priorização de três modelos de negócios: automação de produto, produtos/serviços personalizados e modelo de aluguel/economia circular.
“A fim de avançar em relação à pandemia, as empresas estão procurando realizar grandes mudanças. É uma oportunidade para fabricantes de eletrodomésticos e de aparelhos eletrônicos encontrarem novas maneiras de manter os consumidores engajados e encontrar novas fontes de receitas. A adição de serviços, personalização, automação ou opções de aluguel permite aos fabricantes obter mais fluxos contínuos de receitas. Dependendo do modelo de negócio, os fabricantes podem adicionar pequenas receitas ao longo do ciclo de vida do produto ou transferir parte do investimento para o período de uso, como é o caso dos modelos de leasing. Isto se assemelha à transformação ocorrida na indústria de games, por exemplo, onde atualmente cerca de 88% da receita dos jogos digitais provém de microtransações que os jogadores fazem enquanto jogam. O tamanho da transação varia de acordo com a finalidade”, completa Teo Senna, Innovation Business Partner Manager na NielsenIQ BASES.
A pesquisa da NielsenIQ BASES ouviu mais de 3.100 pessoas no Brasil e em outros três países – Alemanha, EUA e Índia – a fim de entender se os consumidores estão prontos para novos modelos de negócios em bens de consumo duráveis.
Redação SuperHiper