Microempresas são maioria entre os fabricantes do segmento, segundo pesquisa
Com produção estável entre 2019 e 2021, o setor de produtos de limpeza viu a entrada de novas empresas no mercado – o ano de 2021 encerrou com 2.764 companhias pertencentes ao setor, alta de 6,7% em relação a 2020. Houve, ainda, evolução no número de empregos diretos – são quase 90 mil postos de trabalho (+2,6%) nas indústrias de produtos de limpeza – e no faturamento anual (R$ 32 bilhões, alta de 6,7% sobre 2020).
“É interessante notar a chegada de novos entrantes no setor, especialmente, no segmento de sabões e detergentes. Atualmente, as microempresas são maioria entre os fabricantes de produtos de limpeza. São, geralmente, companhias especializadas em determinadas linhas de produtos e que são importantes geradoras de empregos no País”, analisa Paulo Engler, diretor executivo da ABIPLA.
Tendências identificadas
Para realizar os estudos de mercado, a ABIPLA teve, como parceiras, a NielsenIQ e a Euromonitor International, que também participaram do evento de lançamento da publicação.
Claudio Czarnobai, head de Pequenas e Médias Empresas da NielsenIQ na América Latina, destacou a alta da participação do e-commerce na comercialização de produtos de limpeza, fruto de uma mudança de comportamento na forma de consumo massivo – dentre eles, também o setor de limpeza –, impulsionada pela CODIV-19 e a necessidade de distanciamento social. Segundo ele, o comércio eletrônico brasileiro movimentou R$ 182,7 bilhões no ano passado, alta de 27%, com 12,9 milhões de novos consumidores. Ele lembrou, também, de duas tendências de consumo que têm se destacado no setor de saneantes: a procura por embalagens maiores, mais econômicas, e o crescimento de marcas e linhas mais baratas.
Já Paula Ferolla, analista de pesquisa na Euromonitor International e responsável pelas Indústrias de Home Care no Brasil, lembrou que o País é, atualmente, o 5º maior mercado de saneantes do mundo e que o segmento de desinfecção segue relevante na cesta de compras do brasileiro, já que a casa se tornou o centro das rotinas das pessoas e existe uma tendência de maior adoção de home office nas empresas. Ela enfatizou que os consumidores valorizam a sustentabilidade dos produtos, lembrando que, no e-commerce, saneantes com atributos sustentáveis são 28% mais caros do que produtos de limpeza de forma geral no Brasil.
Crescimento
Sobre as expectativas de produção de saneantes, para 2022, Paulo Engler afirmou que deve ser um ano de crescimento. “Em 2019, atingimos nosso recorde histórico e mantivemos estabilidade em 2020 e 2021. Neste ano, a expectativa é que a produção cresça 2%”, afirma o Diretor Executivo da ABIPLA.
Segundo ele, parte dessa alta deve ser impulsionada por lançamentos da indústria e, também, pela melhoria do cenário macroeconômico nos últimos meses, em face da redução do preço da energia elétrica e dos combustíveis que impactam fortemente no custo industrial. “Temos associados com projetos em aprovação na ANVISA – Agência nacional de Vigilância Sanitária. Alguns produtos já têm chegado às prateleiras, mas há muitos ainda à espera da liberação da Agência, para comercialização”, diz Engler. “A retomada de toda a atividade econômica, volta das cadeias produtivas de abastecimento, equalização de vários custos industriais que oscilaram muito durante a pandemia, diminuição do desemprego no Brasil, a menor flutuação do dólar, enfim, vários fatores se normalizaram no transcorrer de 2022, fazendo com que a indústria planeje lançar novidades e crescer em produção”, completa.
Redação SuperHiper