Queda no preço de alimentos ajuda a derrubar a inflação

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IPCA registrou queda de 0,08% em junho, menor patamar para o mês desde 2017.

 

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) teve queda de 0,08% em junho, em relação a maio, divulgou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira, 11. Essa foi a menor variação para o mês de junho desde 2017, quando o índice foi uma deflação de 0,23%, e foi impulsionado pela queda nos preços de diversos itens, como combustíveis, automóveis e alimentos – principalmente carne e leite.

 

O resultado ficou praticamente em linha com a expectativa dos economistas, que era de uma queda de 0,09% para o IPCA em junho, segundo a mediana das expectativas colhidas pelo boletim Focus do Banco Central. Com o resultado, a inflação acumulada em 12 meses caiu de 3,94% em maio para 3,16% em junho, menor patamar desde setembro de 2020.

 

Além da forte desaceleração observada nos números oficiais — vale lembrar que, há um ano, o IPCA de 12 meses era bem maior, de 11,89% —, as expectativas do próprio mercado financeiro para a inflação brasileira em 2023 vêm caindo há meses.

 

Alimentos mais baratos

 

O consumo de alimentos representa cerca de 20% do orçamento das famílias brasileiras. Segundo André Braz, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGVI), a queda do preço dos alimentos já vem se desenhando há algum tempo no país. “Grandes commodities agrícolas, como soja, milho e trigo, já vinham apresentando queda há algum tempo. E essas quedas, de grãos negociados em bolsa, vem favorecendo toda a cadeia de derivados. Um dos destaques do relatório da FGV foi exatamente o óleo de soja mais barato, favorecendo a redução do grupo alimentação”, detalha.

 

Com uma estação do ano mais propícia, as frutas também ficaram mais em conta, lembra o economista. Além disso, as proteínas, como a carne bovina e o frango, além dos ovos, caíram de preço porque esses animais se alimentam de grãos (milho e soja), que tiveram redução. “Os bovinos no país são criados mais soltos no pasto, mas mesmo assim muitos pecuaristas usam ração para complementar a alimentação do gado em épocas do ano em que as pastagens ficam muito secas. Se o volume de pastagem diminui, porque chove menos nesse período, rações mais baratas ajudam a diminuir os custos de criação, favorecendo os preços ”, explica Braz.

 

Para o economista, o cenário de inflação no Brasil é positivo, visto que essa não foi uma queda pontual do grupo alimentação. “Os alimentos vão subir menos daqui para frente. Podem até registrar queda mais intensa nas próximas apurações. E é de onde a gente espera a maior contribuição para para desaceleração da inflação em 2023”, pontua Braz.


Redação SuperHiper.

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