JHSF terá shopping de luxo compacto

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Enquanto os fabricantes de produtos de consumo e varejistas ainda se encantam com o poder de compra da classe C - que passou de 45% para 49% da população brasileira em 2009, segundo estudo da Cetelem e Ipsos -, a incorporadora JHSF vê novos horizontes para a classe alta, com renda mensal acima de 40 salários mínimos. A companhia, que é dona do Shopping Cidade Jardim, complexo de luxo que engloba centro de compras, torres residenciais e de escritórios na zona sul da capital paulista, estuda um novo modelo de shopping center de alto padrão, mais compacto, que poderia atender bairros de diferentes capitais do país onde ainda não há oferta desse tipo de serviço.

 

Segundo Robert Harley, diretor da JHSF para a área de shopping centers, há espaço para esses empreendimentos mesmo em São Paulo - um mercado que alguns especialistas já consideram saturado para o mercado de luxo, depois das inaugurações dos shoppings Vila Olímpia (Multiplan e Brascan), do próprio Cidade Jardim e do futuro JK (Iguatemi e WTorre). Todos eles na zona sul da capital. "O consumo nas classes mais altas também aumenta e há mercado para todos", diz o executivo, sem informar em quais bairros da capital a JHSF está prospectando espaços. Seria uma opção mais fácil de expansão, diz, por não exigir áreas tão extensas (a do Cidade Jardim, por exemplo, tem 72 mil metros).

 

Como exemplo de demanda reprimida fora da zona sul, Harley cita um dos próximos lançamentos da JHSF: o Metrô Shopping Tucuruvi, previsto para inaugurar em setembro de 2011. Neste caso, porém, o empreendimento é para a classe média. "Na zona norte, havia praticamente um grande shopping para toda a região", diz ele, referindo-se ao Center Norte, da família Baumgart. Além de São Paulo, a JHSF estuda oportunidades para o novo modelo em capitais como Rio, Belo Horizonte, Porto Alegre e as principais do Nordeste.

 

No ano passado, depois de vender o Shopping Metrô Santa Cruz para a BRMalls, fontes do setor chegaram a apontar um novo foco para a companhia, que estaria se voltando apenas ao mercado de luxo. Nesse sentido, estaria disposta inclusive a vender o Tucuruvi. Harley nega. "O shopping de metrô e o shopping multiuso, como o Cidade Jardim, são os focos da JHSF", diz o executivo, afirmando que a empresa pretende ficar com o Tucuruvi. "Mas tudo pode acontecer. Tivemos uma boa oferta pelo Santa Cruz, já tínhamos ficado por 10 anos com o espaço e avaliamos que era hora de vender".

 

Entre as três próximas inaugurações de shoppings da JHSF - a do Tucuruvi, em São Paulo, em setembro de 2011, a do Bela Vista em Salvador (BA), em novembro de 2011, e a do Ponta Negra, em Manaus (AM), na metade de 2012 - apenas o da capital amazonense é voltado para o alto luxo. Nos três, estão sendo investidos mais de R$ 400 milhões, diz o executivo. Parte dos recursos deve vir da emissão de R$ 100 milhões em debêntures simples realizada em novembro. Na JHSF, a área de shoppings e locações comerciais significou 14,6% da receita líquida em 2009, que foi de R$ 496,4 milhões.

 

No dia 29, a JHSF inaugura a primeira expansão do Cidade Jardim, fruto de um investimento de R$ 25 milhões, que deve agregar 40 novas lojas às atuais 120, elevando a área bruta locável (ABL) a 36 mil metros quadrados. A expansão do shopping, inaugurado em maio de 2008, estava prevista para 2012, mas foi antecipada. "Houve uma grande procura por parte dos lojistas e também pedidos do público", diz Maria Luisa Pucci, superintendente do Cidade Jardim. O tíquete médio de 3 mil consumidores que integram o programa de fidelidade do shopping é de R$ 2.950,00.

 

Nessa nova fase do Cidade Jardim entram lojas mais "conhecidas" do grande público: marcas como Arezzo, Hering e M.Officer vão estar sob o mesmo teto que as atuais Chanel, Salvatore Ferragamo e Ermenegildo Zegna. Falta luxo para preencher o espaço? Não, segundo Maria Luisa. "É só uma adequação do mix".

 

Veículo: Valor Econômico


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